Biólogo registra foto de serpente com carrapatos nos olhos

Mateus Marchetto
Imagem: Andres Novales Aguirrezabal / via G1

A imagem acima mostra o registro de uma cena curiosa fotografada pelo biólogo Andres Novales Aguirrezabal. A foto registra, por conseguinte, a serpente Pseudoboa coronata com carrapatos nos olhos, na cidade de Iquitos, no Peru.

Ao G1, Aguirrezabal conta que na ocasião da foto foi a primeira vez que viu uma serpente da espécie. A P. coronata tem o corpo em uma coloração vermelho-vivo enquanto a cabeça é preta. O animal não é venenoso e pode atingir até 1 metro de comprimento. Esta espécie é endêmica da Amazônia e ocorre no Brasil também, apesar da sua prima Pseudoboa nigra ser mais comum por aqui.

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Pseudoboa coronata. Imagem: Bernard DUPONT / Flickr

A imagem da cobra com os carrapatos nos olhos, portanto, mostra uma relação de parasitismo que abrange não apenas as serpentes, mas todos os vertebrados terrestres. Carrapatos são pequenos aracnídeos que se alimentam do sangue dos seus hospedeiros. No caso das cobras, os parasitas podem se aderir a qualquer brecha entre as escamas.

“Apesar das cobras serem ‘blindadas’ pelas escamas, os carrapatos conseguem grudar nos espaços de pele que se abrem entre elas quando esses animais se esticam, a mesma coisa acontece nos olhos e os parasitas se fixam em uma membrana que é cheia de vasos sanguíneos”, explica Aguirrezabal.

Vale comentar que os olhos das serpentes são cobertos também por escamas modificadas. Estas mantém os olhos úmidos e protegidos, uma vez que o animal não tem pálpebras.

Cegueira pelos carrapatos nos olhos

Ter parasitas nos olhos é, para dizer o mínimo, desconfortável. No caso das serpentes, é possível que o parasitismo dos carrapatos até cause cegueira.

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Imagem: Nicooografie / Pixabay

Contudo, o biólogo explica que no geral os parasitas se soltam dos hospedeiros em épocas reprodutivas. Além disso, é possível que a cegueira não seja um problema realmente tão grande para a P. coronata.

“Mesmo no caso da cegueira, não é algo tão preocupante, já que as serpentes não sentiriam muita falta de um dos olhos, pois não é algo que elas utilizam em grande escala”, diz o especialista.

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