A maior explosão cósmica já registrada foi avistada, superando todas as previsões e desafiando as fronteiras do conhecido. A causa apontada para esse espetáculo cósmico? Uma nuvem de gás sendo devorada por um buraco negro supermassivo.
AT2021lwx, como foi batizada essa explosão estelar, ocorreu bilhões de anos-luz de distância, sendo inicialmente identificada em 2020. O mais surpreendente é que, diferentemente de outras detecções, esta demonstrou uma resiliência inédita, mantendo-se ativa por mais de três anos.
Sebastian Hönig, astrônomo da Universidade de Southampton e coautor do estudo publicado no Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, expressou seu assombro diante do fenômeno: “Isso é extremamente brilhante”.
E não é para menos. A explosão AT2021lwx conseguiu superar o BOAT (o mais brilhante de todos os tempos), uma explosão de raios gama registrada anteriormente, que apesar de seu poder, foi efêmera em comparação.
Para se ter uma ideia da magnitude do AT2021lwx, seu brilho equivale ao de um quasar, o núcleo galáctico que abriga um buraco negro supermassivo. No entanto, ao contrário do quasar, que é um elemento estável no céu, AT2021lwx surgiu como um cometa, emergindo de repente na vastidão do espaço.
Os buracos negros, enigmas densos e sombrios do universo, são famosos pela gravidade monstruosa que nem mesmo a luz pode escapar. Acredita-se que a explosão tenha sido desencadeada por uma nuvem de gás que orbitava esse buraco negro e foi atraída para sua esfera de influência. Isso ocorreu quase 8 bilhões de anos atrás, mas a luz da explosão ainda nos alcança, criando um espetáculo cósmico duradouro.
Com a inauguração de novos instrumentos, como o Legacy Survey of Space and Time do Observatório Vera Rubin, os astrônomos esperam encontrar mais eventos como este.
Philip Wiseman, também da Universidade de Southampton, compartilha a esperança de que esses eventos raros possam revelar segredos cruciais sobre as mudanças nas galáxias ao longo do tempo.