Há 66 milhões de anos, um asteroide de 12km de largura entrou em rota de colisão com a Terra. Nessa época, o planeta era habitado pelos famosos dinossauros do período Cretáceo, como os Tiranossauros e Triceratops. Contudo, toda essa fauna acabou extinta em algumas centenas de anos após a colisão do corpo celeste com a península de Yuacatán, no México.
Nesse período, a Floresta Amazônica era bastante diferente. A região tinha uma flora basicamente constituída de coníferas e samambaias, mais ou menos como a Taiga moderna. Dinossauros também habitavam a bacia amazônica e provavelmente eram um fator determinante nas espécies de plantas da região.
Acontece que um estudo acaba de mostrar que o impacto do asteroide pode ter sido determinante para a formação da Amazônia como ela é hoje. Para avaliar tal impacto, os pesquisadores avaliaram mais de 50 mil grãos de pólen fossilizados, além de 6 mil espécimes de fósseis de plantas.
Os pesquisadores identificaram, por conseguinte, uma queda de mais de 45% na diversidade de plantas na região amazônica. Essa baixa pode ter levado, de acordo com a pesquisa, 6 milhões de anos de recuperação. Ademais, o estudo mostrou que o impacto do asteroide pode ter diminuído drasticamente o número de coníferas nos trópicos, dando lugar às plantas angiospermas, ou plantas com flores.
A mudança no ecossistema mundial em resultado do asteroide
Os autores acreditam que esse shift no tipo de biodiversidade vegetal pode ter acontecido por três hipóteses principais.
Primeiramente, o asteroide acabou extinguindo a maioria dos dinossauros pouco tempo depois do impacto. Isso deixou um espaço vazio de oportunidade para as plantas, já que os herbívoros gigantes não estava mais andando por aí. Isso pode ter dado uma janela de oportunidade para as angiospermas florescerem e dominarem a região.
Em segundo lugar, a nuvem de cinzas e resíduos que se levantou após o impacto pode ter carregado muitos nutrientes ao redor do mundo. A maioria deles acabaram depositados nas regiões tropicais, provavelmente por ação dos ventos. Assim, isso pode ter fornecido um substrato rico no solo amazônico para o crescimento de mais plantas e de uma floresta mais densa.
Por fim, a mudança climática e atmosférica global acabou reduzindo o crescimento de gimnospermas (pinheiros e coníferas em geral) ao redor do mundo. Como dá para imaginar, nos anos seguintes ao impacto as florestas tropicais passaram por uma repaginada drástica. De pinheiros e samambaias esparsos e com dosséis abertos, a uma floresta densa com vários estratos e plantas frutíferas.
O estudo está disponível no periódico Science.