Amazônia sob ameaça de desmatamento e grilagem

Wesley Oliveira de Paula
(Imagem: Caesar Oleksy/Pexels)

Com cerca de 421.335.900 hectares no Brasil, a amazônia está sob ameaça de desmatamento e grilagem.

Entre 2004 e 2012, o Brasil chamou a atenção internacional com os trabalhos para reverter o avanço do desmatamento. Nesse período, a redução acumulada do desmatamento chegou a 80%. Entretanto, desde então as notícias não têm sido tão boas.

(Imagem: BBC)

Entre agosto de 2018 e julho de 2019, o desmatamento aumentou cerca de 30%, equivalente a quase 9,8 mil km2 (para se ter noção: é praticamente o tamanho do Líbano). A pior média desde 2008. E esse ainda não é o pior cenário.

Em agosto de 2019 o INPE declarou 30 mil focos de incêndio, que foram desacreditados pelo governo. Em resposta, o governo brasileiro afirmou que a alta de queimadas era devido ao período de secas do local, porém, tanto o IPAM quanto a Universidade Federal do Acre contrariaram a afirmação, e declararam que os focos de incêndios tinham relação com queimadas intencionais nas áreas.

Qual a intenção das queimadas?

Em primeiro lugar temos a pecuária. Boa parte dessas queimadas ocorrem para que seja feito o plantio de pasto, não a toa, as maiores quantidades de rebanho se concentram nos estados com maior área de floresta. Cerca de 80% do desmatamento está ligado com a pecuária, seja de forma direta ou indireta. Por se tratar de um solo pobre, esse tipo de atividade requer que cada vez mais a área de desmatamento tenha que aumentar.

Fora isso ainda temos a grilagem de terras. Uma boa parte da Amazônia não tem uso legal definido. Dessa forma, algumas pessoas queimam vários quilômetros de floresta e ocupam-a com gado, que é uma forma relativamente barata de ocupar a área. Em seguida, conseguem, de forma ilegal, um título de propriedade de terra e assim podem vendê-la, e em alguns casos repassam essa terra para algum comprador bem intencionado que não tem noção da ilegalidade.

Por enquanto, o governo brasileiro não apresentou nenhuma medida real que possa diminuir o desmatamento e/ou tornar a grilagem inviável. Levando em conta a postura do Brasil nesse momento, continuaremos tendo uma Amazônia sob ameaça de desmatamento e grilagem.

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