Arqueólogos encontram adaga de 2.000 anos de soldado romano

SoCientífica
Imagem: Archaeological Service Graubünden

Na Suíça, um arqueólogo amador descobriu uma adaga ornamentada usada por um soldado romano há 2.000 anos. Esta descoberta, feita com a ajuda de um detector de metais, levou arqueólogos ao local, onde descobriram centenas de outros artefatos em um campo de batalha “perdido”.

Os arqueólogos acreditam que um legionário romano enterrou intencionalmente a adaga recém-descoberta após a batalha como um sinal de gratidão pela vitória. Apenas quatro punhais similares com características distintas, como o cabo em forma de cruz, já foram descobertos em antigos territórios romanos.

Na primavera de 2018, Lucas Schmid, um estudante de odontologia na época, começou a explorar a área próxima ao vilarejo montanhoso de Tiefencastel, no sudeste da Suíça, no cantão de Graubünden. Escavações arqueológicas em 2003 revelaram vestígios de um antigo exército romano nas proximidades, e acredita-se que a área tenha sido limpa de artefatos desde então.

“Eu suspeitava que o local inteiro ainda não havia sido meticulosamente revistado”, escreveu Lucas Schmid, arqueólogo amador que fez a descoberta, ao portal Live Science. Ele rapidamente descobriu fragmentos de metal enterrados: “estava claro para mim que mais artefatos poderiam ser encontrados”.

detector de metais
A detecção de metais é um hobby bem difundido no mundo, auxiliando descobertas arqueológicas sem precedentes. Imagem: Peter-Andrew Schwarz/University of Basel

A adaga está adornada com prata e latão e foi encontrada em 2019 em uma pequena colina ao lado de um desfiladeiro de um rio. No início, o detector de metais do Lucas Schmid encontrou apenas um sinal muito tênue, indicando a presença de um pequeno objeto. Ao cavar, Schmid percebeu que o sinal tinha que originar-se de um objeto grande enterrado mais fundo, o que veio a ser de fato: a adaga foi encontrada a cerca de 30 centímetros abaixo da superfície.

Outras descobertas

Lucas Schmid notificou o serviço arqueológico da sua região, a Archäologischen Dienst Graubünden (ADG), que lhe havia concedido permissão para realizar trabalhos de detecção de metais na área; e em setembro deste ano, o local foi investigado por arqueólogos da ADG e da Universidade da Basiléia.

A equipe havia descoberto centenas de artefatos arqueológicos espalhados por mais de 35.000 metros quadrados. Os achados incluem pontas de lança, fundas de chumbo, fragmentos de escudo, moedas e caracóis das sandálias pesadas dos legionários, chamadas “caligae” em latim.

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Exemplar de ponta de lança encontrada no local. Imagem: Peter-Andrew Schwarz/University of Basel

“Não são apenas os objetos individuais notáveis como a adaga (um pugio) que são interessantes, mas também o grande número e composição dos objetos encontrados”, disse o membro da equipe de estudo Peter-Andrew Schwarz, um arqueólogo da Universidade da Basiléia.

As fundas trazem as letras que indicam qual legião romana as fez, disse ele, enquanto os pregos de sapato e algumas outras armas, incluindo algumas pontas de lança, também são claramente de origem romana.

Por fim, também foram descobertos fragmentos de espadas, escudos e pontas de lança que faziam parte do armamento do povo que lutou contra os romanos.

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