Entre 50 e 35 milhões de anos atrás, o planeta Terra contava com a presença de um oitavo continente. No local onde hoje em dia é a Nova Zelândia, antes era conhecido como Zelândia. No entanto, antes de tudo desaparecer, o ancestral de todos os pinguins caminhava livremente por todo os 5,18 milhões de quilômetros quadrados do continente extinto.
O continente extinto: Zelândia
Após a realização de um estudo, publicado na The Royal Society, pesquisadores acreditam que todos os pinguins que habitam a Terra no momento possuem descendência com o pássaro que vivia no continente da Zelândia. Essa hipótese fora levantada a partir de fósseis recém-identificados, que pertenciam a uma espécie extinta dessa ave.
A pesquisa publicada no mês passado revela que esses fósseis foram fundamentais para a construção do elo entre os pinguins antigos com os de hoje. Os pesquisadores encontraram fósseis de 3 milhões de anos, que incluem 1 crânio e 1 osso de asa, na Ilha Norte da Nova Zelândia.
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Até o momento que antecedia esse estudo, não havia sido catalogado nenhuma ave que tinha tais características encontradas nos fósseis. Portanto, era um exemplar desconhecido de pinguim-de-crista, que fora chamado de Eudyptes atatu. Assim, ter encontrado esses ossos, que pertenciam ao ancestral de todos os pinguins, é uma pista para entender a biodiversidade do continente extinto.
Ao que apontam as pesquisas, o E. atatu habitou a Nova Zelândia após o naufrágio do continente Zelândia, cerca de dezenas de milhões de anos atrás. Devido ao período em que viveram, alguns cientistas acreditam que esses animais possuíam um grande porte.
Os fósseis do ancestral de todos os pinguins
Em 2017, os pesquisadores descobriram que os “mega pinguins” pré-históricos chegavam a medir cerca de 1,52 metros de comprimento e pesavam em torno de 100 quilos. Outras hipóteses levantadas sugerem que, há milhares de anos, o continente também servia como lar para os dinossauros e abrigava uma magnífica floresta tropical.
Os fósseis foram encontrados em uma rocha perto da região costeira de Taranaki por colecionadores locais. Logo após, os pesquisadores do Museu da Nova Zelândia Te Papa Tongarewa foram acionados para que a ossada fosse estudada de forma mais profunda. Com as análises, ficou evidenciado que os pinguins antigos possuíam grandes semelhanças com os atuais.
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Foi notado somente uma divergência entre as morfologias, como o bico mais delgado do pinguim mais antigo. Com essa nova informação, acredita-se que a diferença entre os bicos se deve a alimentação particular de cada ave, e aos recursos alimentícios que haviam disponíveis em seu tempo.
O E. atatu pode ser o ancestral de todos os pinguins modernos ou ser somente uma espécie-irmã, no qual compartilha um ancestral comum. Aliando as novas tecnologias com a pesquisa, os autores do trabalho usaram um programa de software para mapear o possível habitat da espécie. Bem como o processo migratório, afim de simular se realmente os pinguins modernos descendiam das aves que habitavam na Zealândia. A descoberta ainda não é definitiva e falta muita pesquisa.
O artigo científico foi publicado no periódico da The Royal Society.