O desenvolvimento dos dedos das mãos e dos pés humanos no útero é um processo fascinante e complexo. Um novo estudo publicado na Nature revelou novas informações sobre como os dedos se formam durante a vida fetal.
No estudo, os pesquisadores utilizaram técnicas avançadas de imagem em embriões humanos para observar o crescimento dos dedos com mais detalhes do que nunca.
Os dedos começam a se desenvolver por volta da 6a semana de gestação a partir de estruturas semelhantes a barbatanas chamadas placas apendiculares. Essas placas contêm células-tronco que se especializam e se multiplicam para formar os ossos, músculos, vasos sanguíneos e a pele que compõem os dedos.
O estudo descobriu que certas células nas placas apendiculares secretam uma proteína chamada Wnt, que instrui as células vizinhas a se tornarem espaços entre os dedos. Sem essa proteína, os dedos permaneceriam unidos.
O estudo revelou que volta da 7a semana, sulcos começam a aparecer entre os dedos conforme eles se separam. Ao mesmo tempo, as células nas pontas dos dedos estão se multiplicando rapidamente, fazendo com que os dedos cresçam e alonguem. Os pesquisadores descobriram que o gene PAX9 controla o comprimento dos dedos, instruindo as células a parar de se dividir quando o dedo atinge o tamanho adequado.
À medida que os dedos crescem, eles também mudam de forma, ficando mais finos e distintos. O estudo revelou que genes como GREM1, ROR2 e WNT5A guiam o formato e proporções individuais de cada dedo. Por exemplo, níveis mais altos de GREM1 resultam em dedos mais curtos e largos.
Os pesquisadores também analisaram como problemas no desenvolvimento dos dedos podem levar a condições como a sindactilia, em que os dedos permanecem parcialmente unidos, ou polidactilia, o crescimento de dedos extras. Essas descobertas podem eventualmente ajudar os médicos a entenderem e tratarem melhor essas anormalidades.
No geral, o novo estudo forneceu novos insights fascinantes sobre a sinalização molecular e genética por trás do crescimento e formação dos dedos humanos.
A pesquisa detalhada do desenvolvimento fetal ajuda os cientistas a entenderem como ocorrem defeitos e como os membros se formam normalmente, o que pode ter implicações médicas no futuro.