Pela primeira vez, pesquisadores estudaram “tamponamento social” em répteis. O estudo publicado na revista Frontiers in Ethology mostra que as cascavéis apresentam uma redução de estresse na presença de outra cobra da mesma espécie.
Quando submetidas a situações estressantes, as cascavéis experimentam um aumento da frequência cardíaca e outros sintomas típicos da ansiedade. Contudo, esses aumentos são significativamente menores se houver outro membro da sua espécie por perto.
O experimento
Os pesquisadores testaram 25 cascavéis do sul do Pacífico capturadas na natureza. Avaliaram o nível de estresse das cobras quando isoladas e quando na companhia de outra cobra do mesmo sexo ou com um objeto inanimado. Eles mediram o estresse através da frequência cardíaca dos animais, registrada por eletrodos colocados nos corpos das cobras.
As cobras foram colocadas em recipientes escuros e após 20 minutos foram perturbadas por algum tipo de estressor. Em seguida, os pesquisadores mediram a alteração na frequência cardíaca e quanto tempo levou para voltar ao normal.
A cascavel do sul do Pacífico
A cascavel do sul do Pacífico é uma víbora venenosa encontrada no sul da Califórnia e Baixa Califórnia, no México, medindo entre 24 e 55 centímetros. Essas cobras possuem chocalhos característicos nas extremidades das suas caudas feitos de queratina que vibram em situações ameaçadoras, afastando predadores. Portanto, o chocalho também é indicativo de estresse nessas cobras.
Os pesquisadores perceberam que quando as cobras tinham um amigo por perto durante a experiência estressante, elas apresentaram um aumento menor na frequência cardíaca. Além disso, seus batimentos elevados voltaram ao normal mais rápido do que aqueles que estavam sozinhos ou com o objeto inanimado.
Uma visão mais profunda sobre cobras
O comportamento das cobras é mais complexo do que imaginávamos inicialmente. Recentemente descobriu-se que as cascavéis preferem a companhia dos irmãos aos estranhos. Este fato sugere ser uma reação natural exibida pelas cascavéis em seu ambiente natural já que todas foram capturadas diretamente da natureza para este experimento.
O comportamento dessas cobras permaneceu consistente independentemente delas hibernarem originalmente sozinhas ou em grupos e foi semelhante entre machos e fêmeas.
Os cientistas não avaliaram como seria a diferença deste fenômeno se as cobras tivessem contato físico direto ou apenas compartilhassem o mesmo espaço nem se já tivessem se encontrado antes. Espera-se explorar estas variáveis desconhecidas em futuras investigações.