Os jornalistas Leslie Kean e Ralph Blumenthal publicaram, recentemente, no site de notícias The Debrief, uma matéria dizendo que autoridades da inteligência dos Estados Unidos recuperaram naves de origem não humana. Os jornalistas que afirmam que os EUA têm naves alienígenas são classificados, em uma matéria do The Conversation, pelo Dr. Adam Dodd, da Universidade de Queensland, como “repórteres confiáveis e talentosos sobre OVNIs“.
Em 2017, a dupla, junto a Helene Cooper, publicou um artigo no The New York Times onde expunha um programa de 22 milhões de dólares de investigação de OVNIS cuja existência nunca foi reconhecida pelo Departamento de Defesa dos EUA.
Agora, os jornalistas estão novamente ganhando palco com um texto bastante conspiracionista que repercutiu na mídia por todo o mundo — afinal, afirmar que os EUA têm naves alienígenas torna algo rapidamente muito popular.
Naves alienígenas, complôs e engenharia reversa
Segundo eles, suas informações são concedidas por David Charles Grusch (36), um ex-oficial de combate condecorado no Afeganistão, além de um veterano da Agência Nacional de Inteligência Geoespacial (NGA) e do Escritório Nacional de Reconhecimento (NRO).
Segundo o ex-oficial, a análise dos objetos supostamente recuperados teria determinado que eles são “de origem exótica com base nas morfologias do veículo e nos testes de ciência material e na posse de arranjos atômicos únicos e assinaturas radiológicas”.
“Não estamos falando de origens ou identidades prosaicas”, disse Grusch ao The Debrief. “O material inclui veículos intactos e parcialmente intactos.”
A partir do ano de 2022, Grusch forneceu suas supostas informações ao Congresso dos EUA. Segundo o The Debrief, essas informações conteriam “horas de informações confidenciais gravadas transcritas em centenas de páginas, que incluíam dados específicos sobre o programa de recuperação de materiais”.
Há, também, outras pessoas que falaram aos jornalistas que os EUA têm naves alienígenas.
“A existência de programas históricos complexos envolvendo a recuperação coordenada e o estudo de materiais exóticos, que remontam ao início do século 20, não deve mais permanecer em segredo. A maioria dos materiais exóticos estrangeiros recuperados tem uma explicação e origem terrestres prosaicas – mas não todos, e qualquer número superior a zero nesta categoria representa uma porcentagem estatística inegavelmente significativa”, diz no artigo da dupla de jornalistas Jonathan Grey, oficial de inteligência especializado em análise de UAP (sigla em inglês para Fenômenos aéreos não identificados) no Centro Nacional de Inteligência Aérea e Espacial.
Se realmente os EUA têm naves alienígenas, por quê Pentágono aprovou a publicação?
“De acordo com os protocolos, Grusch forneceu ao Escritório de Defesa de Pré-publicação e Revisão de Segurança do Departamento de Defesa as informações que pretendia nos divulgar. Suas declarações foram todas “liberadas para publicação aberta” em 4 e 6 de abril de 2023, em documentos que nos foram fornecidos”, diz a matéria publicada no The Debrief.
Essa submissão ao Pentágono tem como função a verificação, por parte do Departamento de Defesa dos EUA, um processo no qual as “informações propostas para divulgação pública são revisadas para garantir a conformidade com as políticas nacionais e do Departamento de Defesa estabelecidas e para determinar que não contêm informações classificadas, controladas, não classificadas, controladas por exportação ou relacionadas à segurança operacional”.
Logo, se as informações são tão secretas e importantes para a inteligência americana, já que segundo a matéria publicada, foi aplicada até mesmo engenharia reversa para o desenvolvimento de tecnologia militar americana, o Pentágono classificaria as informações como “relacionadas à segurança operacional”.
Portanto, é sensato assumir que todas as informações divulgadas sobre naves alienígenas capturadas pelos Estados Unidos são falsas.
O programa de notícias News Nation questionou o Escritório de Resolução de Anomalias de Todos os Domínios em relação aos motivos pela permissão de publicação das supostas informações. Ao programa, o escritório respondeu que “não foi descoberta nenhuma informação verificável para fundamentar as alegações de que quaisquer programas relativos à posse ou engenharia reversa de materiais extraterrestres existiram no passado ou existem atualmente”.
