Paleontólogos da Flinders University encontraram fósseis de uma espécie bizarra de gambá que viveu durante o período do Oligoceno, há cerca de 25 milhões de anos. Esses animais, denominados Chunia pledgei, pertenciam à enigmática família Ektopodontidae, um grupo de marsupiais com características únicas, que viveram na Austrália desde o final do Oligoceno até o início do Pleistoceno.
Os fósseis revelaram que esses gambás tinham rostos curtos, olhos grandes voltados para a frente e dentes extremamente complexos e incomuns.
Segundo Arthur Crichton, estudante de doutorado da Flinders University, os dentes do Chunia pledgei eram laminados com muitas pontas dispostas lado a lado, como um código de barras. Além disso, a nova espécie possuía cúspides em forma de pirâmide nos molares frontais, que podem ter sido úteis para perfurar alimentos duros, como um quebra-nozes.
A alimentação dos ektopodontídeos ainda é um mistério para os pesquisadores, que afirmam não haver nenhum animal semelhante a eles vivendo atualmente em qualquer lugar do mundo.
Com base na morfologia molar, os cientistas acreditam que provavelmente consumiam frutas, sementes ou nozes, mas não descartam a possibilidade de eles terem uma dieta completamente diferente.
Os restos fossilizados foram encontrados no sítio de Pwerte Marnte Marnte, na Austrália Central, e a nova espécie é provavelmente o gambá ektopodontídeo geologicamente mais antigo.
Infelizmente, devido à raridade dos ektopodontídeos no registro fóssil, conhecidos apenas por dentes isolados e algumas mandíbulas parciais, sua ecologia provavelmente permanecerá misteriosa até a descoberta de material esquelético mais completo.
Os pesquisadores ressaltam a surpreendente lacuna de conhecimento sobre as origens dos animais vivos da Austrália, devido a uma lacuna de 30 milhões de anos no registro fóssil, que é metade do tempo entre agora e a extinção dos dinossauros.
No entanto, isso também inspira a busca por evidências fósseis de outras criaturas estranhas e fascinantes que habitaram o continente australiano e que ainda podem estar escondidas em algum lugar no sertão, esperando para serem descobertas.
A pesquisa foi publicada online no Journal of Vertebrate Paleontology.