Extremamente comum no Brasil e nos outros países da América Latina, o chuveiro elétrico tem o costume de chocar alguns gringos até os dias de hoje, pois em diversos países utiliza-se, predominantemente, o chuveiro a gás. Mas não é à toa que os brasileiros utilizem o chuveiro elétrico, afinal, quem inventou o chuveiro elétrico foi um brasileiro. Embora, seja sim seguro, nem todos os gringos acham a ideia muito confortável, mas devido a diversos fatores, a invenção caiu às graças do povo brasileiro.
O chuveiro foi uma invenção que facilitou o nosso processo higiênico, afinal, imagine quão horrível deve ser tomar todos os dias um banho com uma bacia. Antes da invenção do chuveiro, rios, lagos e bacias de água eram utilizadas. Na verdade, até os dias de hoje há locais sem acesso à energia elétrica ou outras maneiras de se tomar um banho quentinho em um chuveiro.
A facilidade que o chuveiro trouxe se tornou, mais do que nunca, parte do cotidiano do brasileiro. Conforme o El País, os brasileiros tomam cerca de 12 banhos por semana, quase dois banhos por dia. Outros países tropicais também tomam relativamente bastante banhos, com a Colômbia e Austrália em uma média de 10 banhos semanais. Mas há alguns povos, como os chineses, que tomam um banho a cada dois dias.
Chuveiros aquecidos
A ideia de um banho aquecido não é tão recente assim. Muito antes de Cristo, em grandes civilizações como os gregos e os romanos já tomavam banhos aquecidos em um acessório semelhante a um chuveiro. No entanto, não havia eletricidade, e nem se dominava a queima de gás para gerar calor. A água, na verdade, era aquecida por meio de lenha, em uma caldeira separada, e depois transferida para o local onde o banho seria tomado.
Com a revolução industrial na Europa e nos Estados Unidos, o desenvolvimento da infraestrutura que entregava gás encanado pelas casas ao longo da cidade permitiu que os chuveiros aquecidos a gás surgissem.
O chuveiro foi popularizado no Brasil na década de 1930, mas em sua forma elétrica, já que não havia uma distribuição de gás em larga escala no Brasil, assim como ocorria no velho continente. No entanto, ele não era um equipamento tão seguro quanto os que temos hoje. Uma série de condutores expostos, tanto nos resistores, quando no corpo do próprio chuveiro, poderia colocar em risco aquele que tocasse no lugar errado, e quem inventou o chuveiro elétrico estava preocupado com isso.
Afinal, quem inventou o chuveiro elétrico?
Que foi um brasileiro, você já sabe. Mas quem inventou o chuveiro elétrico, mais especificamente, foi Francisco Canho. Canho desenvolveu o chuveiro como conhecemos hoje na década de 1940, aperfeiçoando a perigosa gerigonça que era utilizada antes. Canho, que morava na cidade de Jaú, em São Paulo, era engenheiro e queria tornar a tecnologia mais segura e automatizada.
O projeto do engenheiro era muito bom. Quando o usuário abre o registro, o próprio volume de água aproxima a resistência dos cabos elétricos do chuveiro. Isso faz com que o circuito feche e comece a correr a corrente elétrica no chuveiro, aquecendo a resistência. Além disso, a resistência era isolada por um diafragma de borracha.
Foi Canho também quem criou o sistema que realiza a variação de temperatura do chuveiro. Dois resistores alternavam entre si quando a chave era empurrada.
Na década de 1950, a empresa italiana Lorenzetti comprou a patente do chuveiro elétrico, e o popularizou por todo o país. Você com certeza conhece esse nome, já que, embora outras marcas já fabriquem o chuveiro elétrico, a Lorenzetti é a marca mais comum de chuveiros elétricos até os dias de hoje.
Embora a tecnologia tenha concedido algumas melhoras no dispositivo, até hoje o chuveiro segue o mesmo funcionamento: a água entra e a pressão aproxima a resistência da fonte de eletricidade no chuveiro, aquecendo a resistência. Ao fechar, a pressão de água acaba, e as conexões são desfeitas, interrompendo a corrente elétrica. É por isso que para ligar o chuveiro, basta girar o registro de água.
