As questões climáticas nunca foram tão urgentes quanto na atualidade, não pelo menos com relação às tomadas de decisão para reverter – ou prejudicar menos – o que for possível em se tratando da degradação do planeta. Nesse contexto, a COP27 está em andamento desde o último dia 06 (novembro) e tem sido noticiada em vários meios de comunicação, dominando as manchetes em todo o mundo.
No entanto, uma parte significativa da população global ainda desconhece a importância da COP27; ou ainda, não acredita veementemente que essa importante conferência climática reflita, efetivamente, em mudanças significativas.
O que é a COP27
Sinônimo de meio ambiente, a COP27 é a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas que acontece todos os anos desde 1995. Contudo, essa conferência não é uma reunião comum, ela se estende por duas semanas e reúne políticos, especialistas, líderes mundiais e pessoas envolvidas na discussão sobre o clima global, sobretudo a crise climática.
Contudo, a conferência não é “aberta ao público”: participa quem assinou a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), que nada mais é do que um tratado ambiental internacional que aborda as mudanças climáticas há 30 anos.
São, desse modo, 197 países signatários, uma vez que todos os países membros da Organização das Nações Unidas (ONU) são assinantes da UNFCCC que se reúnem anualmente para discutir ações sobre as mudanças climáticas com vistas a acordar negociações e até mesmo fazer promessas e assinar compromissos com o meio ambiente.
Quais são as expectativas
De cordo com o último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU, a Terra está se aproximando cada vez mais rápido e de forma perigosa do limiar de 1,5°C do aquecimento global.
Nesse cenário alarmante, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, durante uma recente reunião pré-COP disse que “O trabalho pela frente é imenso. Tão imenso quanto os impactos climáticos que estamos vendo em todo o mundo […] Um terço do Paquistão inundou. O verão mais quente da Europa em 500 anos. As Filipinas martelaram. Toda Cuba em apagão”.
Além disso, Guterres recordou o furacão Ian, que aconteceu nos EUA, acrescentado que o fenômeno natural foi “um lembrete brutal de que nenhum país e nenhuma economia está imune à crise climática […] A COP27 é crítica, mas temos um longo caminho a percorrer.”
Egito está sediando a COP27 em 2022
A COP27 acontecerá em duas semanas – de 6 a 18 de novembro – no Egito. Dessa forma, nos dias 7 e 8 de novembro haverá uma série de negociações com a Cúpula de Líderes Mundiais. Dias depois, os funcionários dos governos tratarão questões mais significativas a respeito do clima, inclusive sobre descarbonização, agricultura, adaptação e finanças. Na segunda e última semana, serão abordados temas maiores, como gênero, biodiversidade e água.
A ONU publicou, ainda em agosto, o calendário com os dias temáticos da COP27, embora não exista programação para o último dia de evento. Ademais, outras informações sobre o programa COP27 podem ser encontradas no site da Presidência da conferência.
Enquanto a COP27 já foi iniciada, a discussão sobre a escolha do local – o Egito – ainda não foi encerrada. Isso porque o governo do presidente Abdel Fattah el-Sisi supervisionou uma ampla repressão à dissidência na qual pelo menos 65 mil presos políticos estão atualmente atrás das grades.
Os países signatários escreveram que “Estamos profundamente preocupados que [uma conferência bem-sucedida] não seja possível devido às ações repressivas do governo egípcio”, escreveram os signatários […] De fato, parece mais provável neste momento que a conferência seja usada para encobrir os abusos dos direitos humanos no país.”
Importância mundial da COP27
É possível sintetizar a importância da COP27 pelo fato dela conceder tempo para que os líderes mundiais revejam a questão climática em sua respectiva localidade e decretem mudanças. Contudo, essas mudanças só são efetivas quando atendidas de forma colaborativa.
Guterres adverte que “Estamos em uma luta de vida ou morte por nossa própria segurança hoje e nossa sobrevivência amanhã”.