Se você acha que os processos naturais desempenharam um papel importante, você está longe de estar sozinho. Menos da metade das pessoas no Reino Unido (43%), Alemanha (49%) e Noruega (apenas 34%) acreditam que a mudança climática tem como causa principalmente ou inteiramente as atividades humanas, de acordo com uma pesquisa de opinião pública. Na França, uma pequena maioria (55%) mantém essa visão.
A resposta correta, a propósito, é que mais de 100% do aquecimento no século passado se deve a ações humanas. Como pode ser mais de 100%? Porque sem nós, o planeta provavelmente teria se resfriado muito ligeiramente graças a fatores naturais, como emissões vulcânicas e mudanças orbitais.
Ainda menos pessoas entendem que a grande maioria dos cientistas concorda que a mudança climática está acontecendo e é em grande parte devido à atividade humanas. Apenas cerca de um terço das pessoas nos quatro países pesquisados pensam que mais de 80% dos cientistas concordam com isso.
De fato, mais de 90% dos cientistas concordam que a mudança climática está totalmente relacionada com nossas atividades. Entre aqueles que estudam ativamente o clima, o consenso é de 97%.
A pesquisa3, com mil indivíduos em cada um dos quatro países em junho de 2016, não analisou por que apenas uma minoria de pessoas conhece tais fatos básicos, mas a longa campanha de desinformação financiada por interesses da indústria de combustíveis fósseis obviamente teve um papel importante. “Isso dificulta a transmissão da mensagem”, diz, segundo a revista NewScientist, Nick Pidgeon, da Universidade de Cardiff, no Reino Unido, que coordenou o estudo. A boa notícia é que mais de 80% das pessoas nos quatro países concordam que o clima está mudando e 60% acham que já estamos sentindo os efeitos.
Melhor ainda, a maioria também apoia ações para limitar ainda mais as mudanças climáticas. Há amplo apoio à energia solar, eólica e hidrelétrica, com 69% ou mais concordando que a energia renovável deve ser subsidiada.
A maioria das pessoas também acha que o dinheiro público deveria ser usado para se preparar para a mudança climática e ajudar os países em desenvolvimento a lidar com os efeitos. E dois terços apoiam o Acordo Climático de Paris.
No entanto, a energia nuclear não é uma opção com uma boa aceitação popular, especialmente na Alemanha e na Noruega, onde 40% ou mais são fortemente contra. Alguns cientistas, entretanto, defendem que a energia nuclear é essencial para nos ajudar a reduzir as emissões de carbono.
O fraturamento hidráulico,um método que possibilita a extração de combustíveis líquidos e gasosos do subsolo, também é impopular; é fortemente contestado por um quarto das pessoas nos quatro países, com apenas seis por cento ou menos apoiando fortemente essa técnica de obtenção de combustíveis fósseis.
Nota: Pesquisa de opinião publicada em 20177 com 746 pessoas nos Estados Unidos, 75,3% das pessoas atribuem os efeitos comumente “Aquecimento Global” a influência humana; 92,7% acreditam que substâncias comumente referenciadas como “gases do efeito estufa” têm a capacidade de aquecer a atmosfera terrestre e com relação aos registros históricos de temperatura, 70,6 acreditam que, dado a suas experiências pessoais, os gases estufas provêm de emissões humanas.