Há alguns países que absorvem mais carbono do que emitem. A emissão de carbono mundial no ano de 2021 foi superior em relação a 2020. No entanto, em 2021, essa emissão ainda ficou abaixo dos anos pré-pandemia, e não superou o despejo de carbono na atmosfera realizado em 2019.
Felizmente, uma boa parte do carbono emitido na atmosfera é absorvido pela natureza — pelas árvores e pelo oceano. Mais da metade desse carbono ainda age em seus efeitos de aquecimento global. No entanto, futuramente, quando a redução na emissão de carbono for mais efetiva, poderemos absorver mais carbono do que liberamos. Isso já ocorre nos dias de hoje em alguns países, os chamado sumidouros de carbono, ou carbono-negativos. Nenhum deles é conhecido por suas indústrias, obviamente, e são todos países pequenos. Mas pode ser uma tendência que cresça para o futuro.
O que é net zero?
Net zero é um conceito importante em sustentabilidade. Ele se refere ao objetivo de compensar todas as emissões de gases de efeito estufa com atividades que removem o carbono da atmosfera. Isto pode ser feito através de uma variedade de meios, como o plantio de árvores, utilizando energia renovável, ou a captura e armazenamento de dióxido de carbono.
A chave é garantir que a quantidade de carbono sendo removida da atmosfera seja igual ou maior do que a quantidade de carbono emitida. Embora isto possa parecer uma tarefa difícil, é essencial para garantir um planeta habitável para as gerações futuras. Com as políticas e tecnologias corretas em vigor, é possível alcançar net zero. E é nossa responsabilidade fazer com que isso aconteça.
Os países que absorvem mais carbono do que emitem
As emissões de carbono são debatidas frequentemente em muitos governos progressistas, à medida que os cientistas continuam a estudar os efeitos das mudanças climáticas. A maioria dos países contribuem mais para o problema do que para a solução, mas alguns já estão tomando medidas concretas para reduzir suas emissões de carbono. Aqui está uma lista de países que absorvem mais carbono do que emitem, segundo o levantamento da Energy Monitor.
Butão
Nos anos 1970, o rei Jigme Singye Wangchuck iniciou uma priorização de uma exploração sustentável de suas florestas. Com uma economia baseada na agricultura de subsistência, o país que é um sumidouro de carbono tem um crescimento de 7,5% de seu PIB desde os anos 1980 e a taxa de pobreza caiu de 36% em 2007 para 12% em 2017.
Suriname
O Suriname possui 93% de sua área coberta por florestas. Com uma população em todo o país equivalente à população da capital Cuiabá, o pequeno país da América do Sul se comprometeu a reduzir ainda mais sua pequena contribuição na emissão de carbono, e se tornar um sumidouro ainda maior.
Panamá
65% de seu território é composto por florestas, e 33% de sua área total é protegida. Até o ano de 2050, o governo panamense quer reflorestas 50 mil hectares de terra, tornando o país um sumidouro de carbono ainda mais eficiente.
Guiana
85% de sua área é coberta pela floresta Amazônica. A Guiana também é um dos países que absorvem mais carbono do que emitem.
Comores
Você provavelmente nunca nem ouviu falar em Comores. O pequeno país é composto por quatro ilhas vulcânicas, no Oceano Índico, na costa oriental do continente africano. Embora se diferencie dos outros países da lista com uma densidade populacional alta, o país também é um carbono-negativo.
Gabão
Outro país africano da lista, o Gabão situa-se em uma área de florestas tropicais. Com 88% de sua área florestada, o Gabão é um dos sumidouros de carbono. No entanto, há um porém; 40% do PIB do país é composto pelas exportações de petróleo bruto. Então, na verdade, indiretamente o país emite mais carbono do que o declarado.
Madagascar
A Ilha de Madagascar, que fica um pouco ao Sul de Comores, também é um país tropical. Embora a ONU diga que, se tudo correr como hoje, em 2030 o país se tornará um carbono-negativo, Madagascar já é autointitulado sumidouro de carbono. O país possui 12% de suas florestas protegidas, mas o desmatamento por lá é grande. Os habitantes de Madagascar trabalham, predominantemente no setor agrícola e na pesca. Além disso, apenas um quinto das residências possuem acesso à eletricidade.
Niue
Niue é mais desconhecida do que Comores. A pequena ilha no meio do Oceano Pacífico é um carbono-negativo, mas sofre com as mudanças climáticas. A principal fonte de renda do país é a ajuda monetária da Nova Zelândia e os emigrantes do país que vivem em seu amigo neozelandês. Niue é um estado autônomo em livre associação com a Nova Zelândia, e os nascidos no país são, também, cidadãos da Nova Zelândia.