Diferenciando-se de alguns dos seus rivais, a pioneira em produção de carros elétricos, Tesla, tem saído em busca de assegurar o fornecimento da matéria prima necessária para atingir seus objetivos de produção.
O lítio em particular chama a atenção do CEO da empresa, Elon Musk. Em 2020, o metal de bateria chamou atenção no Dia da Bateria da Tesla, quando Musk anunciou que estava buscando uma nova forma de produzir lítio a partir de argila, processo ainda a provar sua aplicabilidade em escala comercial.
Desde então, os preços do lítio atingiram picos nunca visto antes, mantendo-se elevados. Os preços de outros metais importantes para baterias também cresceram, levando a um alto custo para as baterias em si – de acordo com a Benchmark Mineral Intelligence, as matérias primas hoje custam cerca de 80% do custo das baterias. Em comparação, o percentual era de 40 em 2015.
O lítio é abundante no planeta, mas o ritmo da sua extração e refino é lento. A maior parte da mineração ocorre na Austrália e no Chile, enquanto o refino é dominado pela China, que atualmente compõe mais de 75% da capacidade global de processo do lítio.
Musk já apelou para empreendedores entrarem na produção de lítio, apontando que o refino era uma tarefa difícil, mas que renderia lucro aos produtores. O apelo se deu devido aos altos preços do metal.
De onde a Tesla obtém seu lítio?
A Tesla obtém lítio de diferentes empresas. Ao final de 2021, a companhia assinou um acordo de fornecimento por três anos com a grande produtora de lítio Ganfeng, uma empresa chinesa. A companhia vai fornecer a Tesla por três anos, começando em 2022.
As mineradoras livent e Albemarle também têm contratos com a produtora de carros elétricos, e o Grupo Industrial Sichuan Yahua, da China, concordou em fornecer à Tesla hidróxido de lítio para baterias por um período de cinco anos no ano de 2020.
A companhia também tem acordos com companhias menores de produção, que ainda não estão operando. A Liontown Resources, da Austrália, deverá fornecer a Tesla com concentrado de espodumênio de lítio, que virá do seu projeto de AU$ 473 milhões em Kathleen Valley.
Core Lithium também assinou um contrato com a Tesla para fornecer à empresa com até 110.000 MT de concentrado de espodumênio de óxido de lítio do seu projeto Finniss por quatro anos. O fornecimento irá começar no segundo semestre de 2023.
Ainda que a Tesla tenha assegurado lítio de todas essas companhias, a cadeia de fornecimento da montadora de carros elétricos é um pouco mais complexa. A Tesla também trabalha com fabricadoras de baterias, como a Panasonic e CATL, que por sua vez trabalham com outras companhias químicas para garantir seus próprios acordos de lítio.