Arqueólogos do Egito encontraram um verdadeiro tesouro de artefatos na necrópole de Saqqara, incluindo 250 múmias completas, em sarcófagos de madeira pintados, assim como 100 estátuas de deuses egípcios antigos feitas de bronze.
Os artefatos são de cerca de 2.500 anos atrás, durante a Época Baixa do Egito, segundo declaração do ministério de antiguidades do país.
O tesouro foi encontrado no “Cemitério de Animais Antigos” de Saqqara, um complexo de templos fora de Cairo nomeado anteriormente como “Bubasteion” – referência à antiga deusa egípcia Bast, ou Bastet, venerada na forma de um gato.
O complexo foi renomeado em 2019, todavia, depois que arqueólogos descobriram outros tipos de animais mumificados, assim como estátuas de outros deuses egípcios.
“A descoberta de hoje confirma que o templo não era exclusivamente para gatos, mas para outras divindades egípcias também”, disse o diretor das escavações, Mohammed Al Saidi.
A necrópole de Saqqara fica próxima à fronteira de um planalto desértico a cerca de 25 km de Cairo, a capital do país.
Cultura egípcia
O Império Aquemênida comandava o Egito como sua província durante a Época Baixa, mas a cultura egípcia floresceu ainda assim durante o reinado, e muitos templos foram construídos.
As últimas descobertas na região incluem cerca de 150 estátuas de deuses egípcios feitas de bronze, como Anúbis, um deus dos mortos frequentemente visto com a cabeça de um chacal; Osíris, o rei dos mortos; Amon-Min, um deus da fertilidade, exibido com um falo ereto; Nefertem, o filho de Bastet; Ísis, esposa de Osíris e deusa fertilidade e magia, e Hator, deusa da beleza, extremamente popular e vista como protetora das mulheres.
Os arqueólogos também encontraram duas estátuas pintadas de madeira das deusas Ísis e Néftis, irmã da primeira. Ambas as deusas foram colocadas como protetoras de um caixão, e cada uma das estátuas tinha o rosto feito com camadas folheadas em ouro.
“Elas estavam [numa] posição sentada [próximas ao caixão], uma delas perto da cabeça, e a outra dos pés, numa posição chamada de ‘as enlutadas’ e ‘lamentadoras’ dos mortos”, disse Al Saidi.
Os arqueólogos também encontraram um rolo de papiro – papel feito de juncos – no mesmo caixão; ele não foi desenrolado, mas os arqueólogos acreditam que ele deve ter 10 metros, contendo capítulos do Livro dos Mortos egípcio, um texto ritualístico feito para guiar uma pessoa morta em sua jornada do pós vida. O papiro foi enviado para exame em laboratório.
O sítio arqueológico de Saqqara
Essa é a primeira vez que artefatos da Época Baixa do Egito são encontrados em Saqqara, segundo a declaração do ministério de antiguidades do Egito.
O sítio, todavia, é bem mais velho – a Pirâmide de Djoser, por exemplo, foi construída em cerca de 2700 AEC, durante a terceira dinastia egípcia.
Mustafa Waziri, Secretário-Geral do Conselho Supremo de Antiguidades do Egito, observou que os estágios iniciais das escavações tinham desenterrado a tumba distinta de um sacerdote e oficial chamado “Wahyte”, que viveu em cerca de 2500 AEC, durante a quinta dinastia.
Os escavadores também encontraram sete tumbas no local, três do período do Novo Império (entre 1570 a 1069 AEC), e quatro tumbas do Antigo Império (de 2575 a 2150 AEC), disse Waziri.
Eles também desenterraram a fachada de um cemitério, datando do Antigo Império também, assim como milhares de figuras de madeira, estátuas de gatos feitas de madeira, assim como gatos mumificados também, disse ele.