Os olhos datam de em torno de 540 milhões de anos e foram uma tremenda novidade evolutiva. Apesar de estarmos acostumados com a forma humana de visão – que é bastante subjetiva à nossa espécie – alguns animais têm estratégias diferentes. Vejamos, então, alguns dos olhos mais bizarros da natureza.
Aves: olhos que podem detectar campos magnéticos
Aves, de forma geral, possuem 6 tipos diferentes te fotorreceptores em seus olhos. A título de comparação, nós humanos temos quatro: três cones (responsáveis por cores e detalhes) e um bastonete (que funciona em condições de pouca luz).
Os dinossauros modernos, contudo, têm quatro cones, o que proporciona a eles uma visão tetracromática. Além deste eles têm um bastonete e um incomum cone duplo, que detecta movimentos sem o processamento de cores.
Recentemente, além disso, pesquisadores descobriram uma proteína sensível a magnetismo nos olhos de aves. Ou seja, a implicação é que talvez estes animais possam detectar visualmente o campo magnético da Terra.
Lacraia-do-mar: provavelmente os olhos mais bizarros e complexos
A lacraia-do-mar (chamada de mantis shrimp em inglês) é um tipo de crustáceo que pertence à ordem Stomatopoda e é aparentado das lagostas. Alguns animais deste grupo podem ter até 16 fotorreceptores em seus olhos. Além do mais, eles são os únicos animais conhecidos a conseguirem ver a luz polarizada de forma circular.
Com tantas células visuais diferentes, estes crustáceos conseguem detectar até cinco faixas de frequência diferente da luz ultravioleta. Além disso, o bicho ainda consegue perceber profundidade com apenas um dos olhos (nós precisamos dos dois para tanto) e mover os dois órgãos independentemente.
Pesquisas recentes sugerem que receptores semelhantes aos destes animais poderiam detectar até mesmo indícios de células cancerosas.
O formato estranho dos olhos dos chocos
Os chocos são moluscos cefalópodes (da mesma classe de polvos e lulas) e geralmente vivem em águas bastante profundas. O curioso é que as pupilas destes animais têm um formato caraterístico parecido com a letra ‘W’.
Especialistas suspeitam que a abertura do olho neste formato permite aos animais fazerem uma diferenciação das ondas de luz desiguais que chegam aos seus olhos. Ademais, os chocos têm apenas um tipo de fotorreceptor, o que ocasiona uma visão mocromática.
Ainda assim estes crustáceos possuem olhos que simulam o efeito de prisma que causa um ‘borrão’ da luz. Esse espalhamento de ondas luminosas pode, em tese, permitir que o choco veja cores – em medidas bem simples – mesmo sem os receptores adequados.
O peixe com os quatro olhos mais bizarros de dois ambientes
A espécie Anableps anableps é comumente apelidada de peixe de quatro olhos. Todavia, o animal tem apenas dois olhos mesmo. Acontece que o bicho caça na superfície da água e, portanto, seus olhos são adaptados a observar tanto o ar quanto as profundezas.
Assim, seus olhos são divididos em duas porções: uma pupila vasta e ampla na parte superior (que fica acima da água) e uma pupila afilada e estreita que monitora a parte de baixo do peixe.
As adaptações em cada parte do olho também são altamente diferenciadas, adaptadas às diferenças de propagação da luz em cada um dos meios diferentes.