Um fotógrafo em Zurique, na Suíça, registrou, no dia 8 de novembro, várias imagens que ele descreveu como um “UFO em forma de rosquinha”. O objeto voador não identificado (UFO, na sigla inglesa), era composto de vários anéis concêntricos azul-claro, assemelhava-se tanto a uma nave espacial quanto a um grão de café.
O fotógrafo suspeitou que o objeto era a cápsula Endeavour, da SpaceX, que estava programada para retornar à Terra naquela noite com quatro astronautas após uma estadia de 200 dias na Estação Espacial Internacional (ISS). Mas é aí que as coisas não batem. A cápsula Endeavour pousou naquela noite no Golfo do México, a mais de 8.000 quilômetros de Zurique.
Espectadores na Louisiana, Alabama e vários outros estados do Golfo viram uma visão clara da cápsula descendo pelo céu. Contudo, é quase impossível para qualquer um na Suíça ter visto a reentrada da cápsula, de acordo com Marco Langbroek, um rastreador de satélite amador e pesquisador acadêmico da Universidade Leiden, na Holanda.
“Qualquer passagem sobre a Suíça antes do desembarque naquela noite teria sido completamente na sombra da Terra, ou seja, não seria iluminada pelo sol e, portanto, não seria visível”, explicou Langbroek. “A reentrada real ocorreu sobre o México e o Golfo do México, e teria sido invisível na Suíça. Antes da reentrada, a queimadura de deorbit ocorreu sobre o Oceano Índico e, portanto, também estava invisível a partir da Suíça”.
Então o que era o “UFO em forma de rosquinha” se não era uma nave da SpaceX? De acordo com Langbroek, o objeto voador não identificado sobre a Suíça poderia ter sido uma estrela distante.
“Tenho certeza de que o ‘UFO em forma de rosquinha’ é uma imagem desfocada de uma estrela brilhante”, disse Langbroek. “Ela é bem parecida com isso”.
No entanto, outras imagens tiradas naquela noite parecem retratar um rastro em ziguezague de rastros de luz atrás do objeto. De acordo com Langbroek, este padrão é causado pelo movimento da câmera. No entanto, o objeto pode ter uma explicação diferente.
Segundo Jonathan McDowell, astrofísico do Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics, em Massachusetts, o “UFO em forma de rosquinha” pode ter sido o estágio superior de um foguete reentrando na atmosfera. Entretanto, McDowell disse que sem informações precisas dos horários que as fotografias foram tiradas é difícil conectar as misteriosas luzes a qualquer objeto conhecido no céu naquela noite.