Ludwig von Beethoven morreu em 1827, ainda três anos distante da conclusão da sua Nona Sinfonia, obra proclamada como sua magnum opus.
Ele começou a trabalhar em sua Décima Sinfonia, contudo, com a deterioração da sua saúde, ele não fez muito progresso. Contudo, ele deixou alguns esquetes musicais.
Em vista disso, vários fãs e musicólogos de Beethoven ficaram intrigados e lamentaram por ele não ter concluído sua última obra. Apesar de ser tentador tentar completá-la, ela sempre pareceu fora de alcance.
Agora, com o trabalho em equipe de historiadores da música, junto com compositores, musicólogos e cientistas da computação, a visão de Beethoven irá se tornar realidade.
A parte da inteligência artificial foi feita pela startup de IA criativa Playform AI, a qual ensinou uma máquina todo o corpo de trabalho de Beethoven e seu processo criativo.
A gravação completa será lançada no dia 9 de outubro de 2021, no mesmo dia da apresentação da estreia mundial que acontecerá em Bonn, Alemanha. Enfim, este foi o resultado de um trabalho com mais de dois anos.
Passando no primeiro grande teste
Em novembro de 2019 a equipe se reuniu em Bonn, onde Beethoven nasceu e cresceu, para fazer o teste decisivo da IA.
A partir dos esboços da Décima de Beethoven a IA construiu as partituras musicais e as imprimiu. Depois, um pianista apresentou em uma pequena sala concertos no museu para um grupo de jornalistas, acadêmicos de músicas e especialistas em Beethoven.
O público foi desafiado a identificar onde terminava a composição de Beethoven e onde começa a parte feita pela IA. Contudo, ninguém na plateia conseguiu.
Alguns dias depois as mesmas partituras foram tocadas por um quarteto de cordas em uma entrevista coletiva. Somente algumas pessoas que conheciam intimamente os esboços de Beethoven conseguiram identificar quais partes foram geradas pela IA.
Entretanto, nessa época só havia alguns minutos de música. Portanto, ainda se tinha muito a fazer.
Nos próximos 18 meses seguintes, foram orquestrados dois movimentos inteiros de mais de 20 minutos cada.
Há aquelas pessoas que dirão que as IA não deveriam tentar replicar o processo criativo humano, contudo, quando o assunto é arte, a IA não é um substituto, mas sim uma ferramenta que ajuda os artistas a se expressarem.
Por isso, o projeto contou com a ajuda de vários humanos, como músicos e historiadores, exigindo muito trabalho e pensamento criativo.
E, agora, essa equipe está pronta para apresentar ao mundo a Décima Sinfonia.