O Acordo de Paris é um dos tratados internacionais mais famosos para o combate à mudança climática. O objetivo, nesse sentido, é manter o aumento da temperatura abaixo dos 2°C em relação ao início da era industrial, até 2100. Contudo, uma nova projeção climática indica um planeta alienígena para humanos no ano de 2500.
Como relata a pesquisa, publicada no periódico Global Change Biology, a maioria esmagadora dos estudos da mudança climática se concentram ainda neste século. Isso sobretudo devido às diversas metas globais que levam em conta esse período.
Além disso, há o fator da vida humana. Ou seja, no ano de 2100, as crianças atuais serão idosas – ao menos de acordo com a nossa expectativa de vida neste momento. Esse período, portanto, tem impacto direto na geração Z.
Todavia, a equipe de pesquisadores resolveu expandir os horizontes de estimativas em mais 400 anos. Os resultados, ademais, mostram cenários bastante preocupantes, inclusive com ilustrações de um planeta alienígena.
Com o auxílio de artistas, a equipe compôs análises visuais de como o planeta estará em 2500. Estas análises contam com registros históricos, datando em torno do ano 1500, além de imagens do planeta em 2020. As representações mostram a Amazônia, o Meio-Oeste dos EUA e a Índia.
Confira abaixo a representação da Floresta Amazônica:
Planeta alienígena: desaparecimento da Amazônia e mudanças na agricultura
A pesquisa reforça, em suma, a importância de ações rápidas e eficazes para o combate à mudança climática. De acordo com estimativas, o planeta deve caminhar para um aquecimento de 2,7°C até o ano de 2100, levando-se em consideração políticas atuais.
Ou seja, ainda estamos 0,7°C acima do que seria o mínimo saudável para a espécie humana. Assim, a nova projeção mostra que talvez esses valores precisem ser ainda menores para garantir a qualidade de vida da humanidade nos séculos seguintes ao atual.
Analisando dados da cobertura vegetal, dinâmica de temperatura do planeta e perda de biodiversidade, por exemplo, os autores preveem o desaparecimento total ou de grande parte da Floresta Amazônica como conhecemos.
Ademais, os Estados Unidos devem – segundo a pesquisa – depender do cultivo altamente artificial de palmeiras e suculentas em climas áridos, no lugar do milho, a principal commodity do país.
Ainda a pesquisa retrata que o subcontinente indiano pode precisar de adaptações tecnológicas para combater o calor extremo e manter a produção de alimento, com trajes e equipamentos dignos de um planeta alienígena.
Além de alertar, mais uma vez, quanto à mudança climática, contudo, a pesquisa tem um segundo objetivo bastante interessante. Por meio destas estimativas e representações, a equipe quer expandir os estudos sobre a alteração do clima.
De acordo com os autores, por exemplo, os estudos mais completos do tipo estimam a dinâmica ecológica até, no máximo, o ano 2300, apesar de outras tentativas. Vale ressaltar que, mirando-se em uma meta global mais longa para o combate ao aquecimento global, os resultados imediatos podem ser bastante favoráveis também.
A pesquisa está disponível no periódico Global Change Biology.