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Planeta Terra

Mudança climática pode estar mudando o formato do corpo dos animais

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Pesquisas indicam que a mudança climática e a poluição estão criando mudanças no corpo dos animais. Por exemplo, os casos de cobras e tubarões com bicefalia tem aumentado significativamente. Todavia, uma nova pesquisa indica que o aquecimento global está mudando o formato do corpo e o tamanho dos membros de animais.

O artigo de revisão, disponível no periódico Trends in Ecology & Evolution, coletou dados de museus, institutos e dezenas de pesquisas anteriores para avaliar o efeito do aquecimento global sobre o corpo de animais. Acontece que os pesquisadores relatam, agora, um padrão de shape-shifting (metamorfose ou mudança de forma) em muitos animais.

Ainda não há evidências fortes para associar a mudança climática a essa mudança no corpo dos animais, mas os autores afirmam que a hipótese é bastante plausível. Acontece que muitos animais estão apresentando membros (como patas, asas e bicos) cada vez maiores nos últimos 150 anos.

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Uma análise da pesquisa, por exemplo, de papagaios australianos, mostrou que os bicos desses animais cresceram entre 4% e 10% desde o final do século XIX. Morcegos, roedores e outras aves foram os principais indicadores desse aumento de membros.

Ok, mas qual a relação dos membros maiores com a temperatura mais alta?

Acontece que a superfície do corpo está em constante troca de calor com o ambiente. No caso das aves, as patas e bicos não têm penas (consequentemente, isolamento térmico) e portanto os animais perdem calor por essas extremidades. Membros como mãos e pés também perdem calor mais fácil para o ambiente, devido a uma grande superfície de contato.

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Assim, membros maiores podem ajudar no resfriamento do corpo.

Mais um efeito negativo da mudança climática

Então, a pesquisa indica que a fauna está evoluindo rapidamente para evitar o superaquecimento do corpo. Mais um exemplo de como organismos vivos são extremamente adaptáveis. Isso, contudo, não é um fator positivo, de acordo com os autores.

Acontece que a mudança climática está acelerando demais um processo evolutivo que normalmente levaria milhares de anos. Assim, ainda não se sabe ao certo os efeitos destes membros maiores sobre a sobrevivência dos animais. No caso do beija-flor, por exemplo, bicos maiores podem dificultar o acesso ao néctar das plantas – essencial para sua sobrevivência.

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Todo esse padrão de mudança na morfologia do corpo dos animais, aliás, é baseado em duas regras essenciais da biologia: as regras de Bergmann e Allen. As duas teorias são, portanto, complementares e basicamente se referem à dinâmica do corpo de um bicho em relação à temperatura do ambiente.

Animais que vivem mais próximos dos polos, assim, tendem a ter corpos mais grossos e várias camadas de isolamento térmico. Isso evita a perda de calor do corpo para o ambiente pela superfície. Já nos trópicos os animais tendem a ter pelagens mais curtas e membros maiores, visando mais facilidade nas trocas de calor.

Vale lembrar que quanto mais fino e cheio de reentrâncias um corpo, maior a superfície de contato. Por isso, aliás, é mais difícil aquecer as mãos e pés quando está frio. Ou seja, os dedos criam uma superfície de contato maior com o ambiente, o que permite mais trocas de calor.

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