Muitas pessoas ao redor do mundo dependem de peixes ou produtos feitos de peixes para sua alimentação e subsistência. Mais de 30.000 espécies diferentes navegam pelos oceanos e corpos de água doce da Terra. A beleza de muitas espécies de peixes é destacada em lojas de peixes, aquários e em coleções domésticas. Algumas espécies, porém, têm aspectos mais aterrorizantes. Algumas delas podem atacar os seres humanos, enquanto outras podem entregar uma dose de veneno quando manuseadas de forma descuidada ou não devidamente preparadas para o consumo. Algumas espécies são malignas devido a sua aparência chocante ou por sua reputação feroz; no entanto, uma espécie, embora fofa e pequena, ameaça os banhistas de uma forma muito, digamos, pessoal.
10º: Baiacu
O baiacu é pertence ao grupo de cerca de 90 espécies de peixes da família Tetraodontidae, notado por sua capacidade se inflar quando ameaçados, se tornando globulares em sua forma.
Os baiacus são encontrados em regiões quentes e temperadas ao redor do mundo, principalmente no mar, mas, em alguns casos, em água salobra ou doce. Eles têm peles duras, geralmente espinhosas e dentes fundidos que formam uma estrutura semelhante a um bico com uma fenda no centro de cada mandíbula. Os maiores baiacus crescem cerca de 90 cm de comprimento, mas a maioria é consideravelmente menor.
Muitas espécies são venenosas, uma substância altamente tóxica, a tetraodontoxina, é concentrada nos seus órgãos internos. Embora esta substância possa causar a morte, os baiacus são às vezes usados como alimento. No Japão, onde os peixes são chamados de fugu, eles devem ser cuidadosamente limpos e preparados por um chef especialmente treinado.
9º: Peixe-leão-vermelho
O peixe-leão-vermelho (Pterois volitans) pertence à família Scorpaenidae (ordem Scorpaeniformes). Eles são conhecidos por suas espinhas venenosas, que são capazes de produzir dolorosas, embora raramente fatais, feridas perfurantes. Os peixes têm barbatanas peitorais aumentadas e espinhas dorsais alongadas, e cada espécie tem um padrão particular de listras ousadas. Quando ameaçados, os peixes exibem suas barbatanas e, se mais pressionados, atacam com as espinhas dorsais.
Uma das espécies mais conhecidas é o peixe-leão-vermelho, as vezes mantido por colecionadores de peixes. Ele é listrado com vermelho, marrom e branco e cresce até cerca de 30 cm de comprimento. O peixe-leão-vermelho é nativo dos ecossistemas dos recifes do Pacífico Sul. No início do século 21, a espécie se estabeleceu nos ecossistemas de recifes ao longo da costa leste dos Estados Unidos, no Golfo do México e no Mar do Caribe.
Sua rápida taxa de reprodução, combinada com a ausência de predadores naturais nessas regiões, resultou na dizimação dos peixes locais de recife e sua designação como uma espécie invasiva. Ambientalistas suspeitam que a espécie foi solta de propósito por criadores de peixes de estimação no oceano ao longo da costa atlântica da Flórida a partir dos anos 80.
8º: Candiru
O candiru, (Vandellia cirrhosa), é um peixe-gato parasita da família Trichomycteridae, encontrado na região do rio Amazonas. É translúcido e parecido com uma enguia, e cresce até cerca de 2,5 cm. O candiru se alimenta de sangue e é comumente encontrado nas cavidades branquiais de outros peixes. Ele também é chamado de peixe-vampiro. Às vezes também ataca humanos e é conhecido por entrar nas uretras dos banhistas e dos animais que nadam no rio. Uma vez na passagem, ele ergue os espinhos curtos em suas tampas branquiais e pode causar inflamação, hemorragia e até a morte da vítima.
7º: Grande Tubarão Branco
O tubarão-branco (Carcharodon carcharias), que também é chamado de grande tubarão branco, pode ser o peixe que não precisa de introdução, pois é um dos tubarões predadores mais poderosos e potencialmente perigosos do mundo.
Estrelado como o vilão de filmes como Jaws (1975), o tubarão-branco é muito temido publicamente. No entanto, surpreendentemente pouco se compreende de sua vida e comportamento. De acordo com o registro fóssil, a espécie moderna existe desde aproximadamente 18-12 milhões de anos atrás, durante a metade da época Mioceno, mas seus ancestrais podem datar pelo menos da época Eoceno (cerca de 56-34 milhões de anos atrás).
Nas áreas onde eles são mais comuns, os tubarões-brancos são responsáveis por alguns ataques não provocados a nadadores, mergulhadores, surfistas e até mesmo pequenos barcos. Um tubarão-branco tende a infligir uma única mordida em sua vítima humana e depois se retira. O tubarão raramente retorna para uma segunda mordida. Uma análise dos ataques de tubarões brancos no oeste dos Estados Unidos mostrou que cerca de 7% dos ataques foram fatais, mas dados de outras localidades, como a África do Sul, mostram taxas de fatalidade de mais de 20%. Taxas de fatalidade tão altas quanto 60% foram registradas em ataques nas águas da Austrália.
Muitos pesquisadores afirmam que os ataques a humanos se originam da curiosidade do tubarão. Em contraste, outras autoridades afirmam que estes ataques podem ser o resultado de o tubarão confundir os humanos com suas presas naturais, tais como focas e leões marinhos.
No entanto, o ataque de humanos a tubarões é muito maior que o contrário. A taxa de tubarões no oceano está diminuindo drasticamente a cada dia, resultado da pesca excessiva.
6º: Moreia
Existem provavelmente mais de 80 espécies de moreias, e elas ocorrem em todos os mares tropicais e subtropicais, onde vivem em águas rasas entre recifes e rochas e se escondem em fendas. As moreias diferem das outras enguias por terem pequenas aberturas de brânquias arredondadas e por geralmente não apresentarem barbatanas peitorais.
Sua pele é espessa, lisa e sem escamas, enquanto a boca é larga e as mandíbulas são equipadas com dentes fortes e afiados, o que lhes permite pegar e segurar suas presas (principalmente outros peixes), mas também infligir feridas graves em seus predadores, inclusive humanos. Elas atacam os humanos somente quando perturbadas.
As moreias são geralmente marcadas ou coloridas de forma viva. Geralmente não excedem um comprimento de cerca de 1,5 metros, mas uma espécie, Thyrsoidea macrurus, do Pacífico, é conhecida por crescer cerca de 3,5 metros de comprimento. As moreias são comidas em algumas regiões do mundo, mas sua carne pode ser tóxica e pode causar doenças ou até morte. Uma espécie de moreias, Muraena helena, encontrada no Mediterrâneo, era uma grande iguaria dos antigos romanos e era cultivada por eles em lagoas à beira-mar.
5º: Peixe-tigre
Abrangendo várias espécies, os peixes-tigre são denominados com base no comportamento de brigar quando capturados, em seus hábitos ferozmente predadores e em sua aparência. Nas águas doces africanas, os peixes-tigre do gênero Hydrocynus são peixes de caça admirados.
Eles são marcados, dependendo da espécie, com uma ou várias listras escuras, longitudinais e são carnívoros vorazes, em forma de salmão, com dentes em forma de punhal que se projetam quando a boca é fechada.
Existem cerca de cinco espécies; a maior (H. goliath) pode ter mais de 1,8 metros de comprimento e pesar mais de 57 kg. O menor, H. vittatus, é considerado um dos melhores peixes de caça do mundo.
O peixe-trigre de três listras (Therapon jarbua) é uma espécie comum, listrada verticalmente com cerca de 30 cm de comprimento. Tem espinhos afiados em suas tampas branquiais, o que pode ferir um manipulador descuidado.
4º: Piranha
A piranha é uma das mais de 60 espécies de peixes carnívoros com dentes de navalha dos rios e lagos da América do Sul, com uma reputação um tanto exagerada de ferocidade. Em filmes como Piranha (1978), a piranha tem sido retratada como uma assassina e devoradora. A maioria das espécies, no entanto, são necrófagos ou se alimentam de material vegetal.
A maioria das espécies de piranha nunca cresce com mais de 60 cm de comprimento. As cores variam de prateado com partes inferiores alaranjadas a quase completamente negras. Estes peixes têm corpos profundos, barrigas serradas e cabeças grandes, com mandíbulas fortes e com dentes triangulares afiados que se encontram em uma mordida tipo tesoura.
As piranhas habitam do norte da Argentina até a Colômbia, mas são mais diversas no rio Amazonas, onde são encontradas até 20 espécies diferentes. A mais infame é a piranha-vermelha (Pygocentrus nattereri), com as mandíbulas mais fortes e os dentes mais afiados de todas. Especialmente em águas rasas, esta espécie, que pode crescer até 50 cm de comprimento, caça em grupos que podem chegar a mais de 100. Vários grupos podem convergir em um frenesi de alimentação se um animal grande for atacado, embora isto seja raro. As piranhas-vermelhas preferem presas que são apenas ligeiramente maiores do que elas ou menores. Geralmente, um grupo de piranhas-vermelhas se espalha à procura de presas. Quando localizado, o batedor atacante sinaliza os outros. Isto provavelmente é feito acusticamente, pois as piranhas têm excelente audição. Todos no grupo se precipitam para dar uma mordida e depois nadam para dar lugar aos outros.
A piranha-mapará (P. denticulatus), que é encontrada principalmente na bacia do Rio Orinoco e nos afluentes do baixo Amazonas, e a piranha-amarela (P. pirya), uma espécie nativa do Rio São Francisco no Brasil, também são perigosas para os humanos. A maioria das espécies de piranhas, no entanto, nunca matam grandes animais, e os ataques de piranhas a pessoas são raros. Embora as piranhas sejam atraídas pelo cheiro do sangue, a maioria das espécies procuram mais do que matam. Cerca de 12 espécies chamadas de piranhas de víbora (gênero Catoprion) sobrevivem apenas em pedaços cortados das barbatanas e escamas de outros peixes, que depois nadam livres para se curar completamente.
3º: Peixe-pedra
Os peixes-pedra são peixes marinhos venenosos classificados no gênero Synanceja e na família Synancejidae, encontrados em águas rasas do Indo-Pacífico tropical. São peixes lentos, de fundo, que vivem entre rochas ou corais, em lodaçais e estuários. Peixes espessos com cabeças e bocas grandes, olhos pequenos e peles acidentadas, cobertos de caroços como uma verruga. Eles descansam no fundo, sem se moverem, misturando-se quase que exatamente com seu ambiente em forma e cor. Eles são peixes perigosos. Difíceis de ver, eles podem, quando pisados, injetar quantidades de veneno através de ranhuras em seus espinhos dorsais de barbatanas. As feridas produzidas por estes peixes são intensamente dolorosas e às vezes fatais. A família Synancejidae inclui algumas outras espécies de peixes robustos e verruginosos. Eles também são venenosos, embora não sejam tão notórios quanto os peixes de pedra.
2º: Raia-manta
A raia-manta, também conhecida como jamanta ou raia-diabo, compõe vários gêneros de raias marinhos que fazem parte da família Mobulidae. Aplainados e mais largos do que são longos, as raia-mantas têm barbatanas peitorais carnudas e aumentadas que parecem asas. AS extensões dessas barbatanas, parecendo chifres do diabo, projetam-se como barbatanas cefálicas da frente da cabeça. As raia-mantas têm caudas curtas e esbranquiçadas fornecidas, em algumas espécies, com um ou mais espinhos de picadas.
As raia-mantas, parentes dos tubarões, são encontradas em águas quentes ao longo dos continentes e ilhas. Elas nadam na superfície ou perto dela, propulsando-se com as barbatanas peitorais e, às vezes, saltando para fora da água. Alimentam-se de plâncton e pequenos peixes que filtram para dentro de suas bocas com suas nadadeiras cefálicas.
A menor das raia-mantas, a espécie Mobula diabolis da Austrália, cresce a não mais de 60 cm de largura, mas a espécie Manta birostris, a maior da família, pode crescer até mais de 7 metros de largura. Ela é uma espécie bem conhecida, de cor marrom ou preta e muito poderosa, mas inofensiva. Elas não devora mergulhadores, como a lenda diz.
1º: Peixe-elétrico
O peixe-elétrico, ou poraquê, (Electrophorus electricus) é um peixe alongado sul-americano que produz um poderoso choque elétrico para atordoar suas presas, geralmente outros peixes. Longo, cilíndrico, sem escamas e geralmente cinza-acinzentado (às vezes com uma parte inferior vermelha), o peixe-elétrico pode crescer até 2,75 metros e pesar 22 kg.
A região da cauda constitui cerca de 80% do comprimento total do poraquê, que é bordejada ao longo da parte inferior por uma barbatana anal ondulada que é usada para impulsionar o peixe.
O peixe-elétrico é um dos principais predadores aquáticos da floresta inundada de água branca conhecida como várzea. Em um levantamento de peixes de uma várzea típica, o poraquê constituía mais de 70% da biomassa de peixes. O peixe-elétrico é uma criatura preguiçosa que prefere água doce mais parada, onde ela emerge a cada poucos minutos para engolir ar. A boca do peixe-elétrico é rica em vasos sanguíneos que lhe permitem usar a boca como um pulmão.
A propensão do peixe para eletrocutar sua presa pode ter evoluído para proteger sua boca sensível de ferimentos de peixes muitas vezes espinhosos. A presa eletrocutada é atordoada tempo suficiente para ser sugada através da boca diretamente para o estômago. Às vezes, o poraquê não se preocupa em atordoar a presa, mas simplesmente ingere mais rápido do que a presa pode reagir. As descargas elétricas da espécie podem ser usadas para evitar que a presa escape ou induzir uma resposta de contração em presas escondidas que faz com que a presa revele sua posição.
A região caudal contém os órgãos elétricos, que são derivados do tecido muscular energizado por nervos espinhais, e descarrega em torno de 300 a 650 volts – uma carga poderosa o suficiente para incomodar também os humanos. Estes órgãos também podem ser usados para ajudar o peixe a navegar e a se comunicar com outros peixes-elétricos.