As múmias de leões-das-cavernas, descobertas na Sibéria foram nomeadas de Sparta e Boris, filhotinhos que morreram no 2º mês de vida, e agora têm mais de 20 mil anos.
O estudo publicado na revista Quaternary relata que o macho Boris e a fêmea Sparta possuem, respectivamente, 43 e 27 mil anos. Os pesquisadores chegaram nestes números após uma série de análises profundas para entender melhor sobre essas múmias de leões-das-cavernas.
Boris Berezhnev, residente da região e um colecionador autorizado de presas de mamute, foi quem encontrou o leãozinho Boris, em 2017. Um ano mais tarde, a apenas 15 metros do local, outros curiosos encontraram Sparta, que o Centro de Paleogenética afirmou ser o animal mais bem preservado da Era do Gelo.
A múmia tem até mesmo pelos e rabo em perfeito estado de conservação, onde a cauda, inclusive, é de uma coloração mais escura na ponta. Conforme relato dos pesquisadores que encontraram as múmias de leões-das-cavernas, Sparta estava deitada de lado, com boca aberta, olhos fechados e crânio levemente deformado. Já Boris, entretanto, apresentava mais danos no crânio e tinha seus membros esticados, que parecem ter sido congelados em movimento.
Múmias de leões-das-cavernas ajudam a contar a história do passado da humanidade
“O que pode sugerir que o filhote Boris estava tentando se libertar ou encontrar o caminho para a superfície”, sugeriram os autores. “Talvez os filhotes tenham sido enterrados após um deslizamento e seus corpos tenham sido deformados pela massa da terra e pelo permafrost. Ou seja, ficaram congelados rapidamente para se tornarem múmias”, conluíram.
As figuras desses leões podem ser vistas em pinturas rupestres de mais de 30 mil anos, como na caverna de Chauvet, na França. Werner Herzog, cineasta, já filmou esses desenhos e criou a obra “A Caverna dos Sonhos Esquecidos”, trabalho este com grande repercussão internacional.
“A descoberta de múmias de leões-das-cavernas congelados oferece uma oportunidade interessante para pesquisas sobre o corpo de leões adaptados a climas frios”, afirmam os pesquisadores. “Isso adiciona dados de reconstituição física valiosos ao que é conhecido atualmente, com base na arte Paleolítica de cavernas francesas”.
Quando adultos, os leões-das-cavernas ultrapassavam dois metros de comprimento e um metro de altura, as mesmas medidas, parcialmente, dos leões que vemos hoje em dia. Com certeza essa descoberta resultará em outras revelações ainda mais surpreendentes! Ou seja, a aventura por meio das múmias de leões-das-cavernas está apenas começando.