Quando dois furacões se aproximam demais, as tempestades podem colidir. Ao contrário do que se imaginaria em um filme apocalíptico, a colisão de dois furacões não gera, de forma geral, superfuracões. Todavia, esse fenômeno relativamente raro pode ter algumas consequências.
Em regiões de alta atividade de furacões e tempestades, como na costa dos Estados Unidos, a colisão de furacões pode acontecer de uma a duas vezes por ano. Já em regiões de menos intensidade de tempestades, o fenômeno ocorre a cada dois ou três anos. Em abril de 2021, por exemplo, o ciclone tropical Seroja se fundiu com o ciclone tropical Odette, na costa da Austrália.
A colisão de dois furacões, ciclones ou tempestades, aliás, recebe um nome especial: efeito Fujiwhara. O nome, assim, vem do meteorologista japonês Sakuhei Fujiwhara, que descreveu o fenômeno em 1920. No entanto, para que o fenômeno da interação aconteça, é preciso que as duas tempestades passem a mais ou menos 1500 km de distância uma da outra, ao menos. Já para que haja a fusão colisão de dois furacões, ambos precisam estar a 300km de distância, no geral.
Intensidade da tempestade influencia na colisão de dois furacões
Dependendo da força de cada um dos dois furacões, a resposta do efeito Fujiwhara pode mudar. Se um dos furacões é muito maior que o outro, a tendência é que a tempestade menor passe a orbitar a maior, mais ou menos como um planeta ao redor do Sol.
Contudo, vamos supor que ambos furacões tenham intensidades semelhantes. Nesse caso, os furacões giram em torno de um eixo comum, entre as duas tempestades. Imagine a colisão de dois astros no espaço. Visualmente o fenômeno é similar.
Por fim, como dito antes, se os dois furacões chegam a uma distância crítica, ocorre a colisão e a fusão das tempestades.
Essa interação pode causar o surgimento de uma tempestade muito mais intensa a partir de duas menores, por exemplo. Além do mais, o effeito Fujiwhara pode mudar o curso de um ciclone ou furacão, gerando ainda mais imprevisibilidade no clima.
Vale ressaltar que a fusão de tempestades não é matemática. Ou seja, a fusão de uma tempestade categoria 2 com uma categoria 3 não irá, necessariamente, formar uma tempestade categoria 5. Isso porque parte da energia se dissipa ao longo do percurso do evento.