Às 6 horas da manhã do dia 22 o terminal de ônibus Nova Bahia, em Campo Grande, ficou sem água. As autoridades de manutenção foram acionadas, mas por algum tempo não houve nenhuma pista do que causara a falta de abastecimento. Depois de algum tempo, Anderson Carlos Alves da Silva, chefe da equipe da Agetran, registrou imagens de uma arara-canidé mexendo no registro do terminal. Confira o vídeo abaixo:
Mais tarde a equipe percebeu que a arara de fato tinha fechado o registro, o que causou a interrupção do fornecimento na estação de ônibus que movimenta mais de nove mil pessoas por dia. Antes de conferir o sistema de abastecimento, todavia, Anderson registrou um vídeo da arara bicando um dos registros de água do terminal. Depois de conferir o mesmo registro, o chefe da equipe percebeu que na verdade o animal tinha sido o responsável pelo problema de abastecimento.
Em entrevista ao G1, Anderson ainda disse que, por sorte, gravou um vídeo do animal a lado do registro, pois nenhum dos colegas acreditara na história. De acordo com a Agetran, ainda, a troca do registro deve acontecer para evitar futuras peripécias da ave silvestre.
Força e inteligência da arara-canidé
A arara-canidé, ou amarela, é uma das aves mais icônicas da Amazônia. Além de lindas, estas aves são extremamente inteligentes e possuem uma força impressionante em seus bicos. Isso porque esses bichos consomem frutos e outros alimentos muito mais duros que um registro de água.
A ave também é uma das mais comuns e emblemáticas também do Pantanal, um dos biomas mais significativos do país. As araras-canidés, por conseguinte, têm um importante papel na dispersão de sementes de aves frutíferas e estão sob ameaça de extinção em todo o território nacional.
O que acontece é que a arara estava em busca de água, e provavelmente identificou o registro como uma fonte em potencial. Por tentativa e erro o animal logo deve ter identificado que, fechando-se o registro, o vazamento de água seria maior.
Felizmente o problema do abastecimento foi resolvido de forma rápida e a Agetran deve estudar uma solução para evitar que a arara feche novamente o abastecimento. Contudo, vale lembrar que a interação de espécies silvestres com instalações humanas é um sintoma da destruição e invasão de hábitats destes animais. Este problema exige mais que a troca de um registro para se resolver.
Com informações do G1.
