Três minutos sem respirar, três dias sem água, três semanas sem comida. Essa é uma das fórmulas genéricas para estabelecer quanto tempo uma pessoa pode sobreviver sem suas necessidades básicas. Porém, a resposta para essa dúvida pode ser bem mais variável e subjetiva.
Primeiramente, é difícil estudar os reais efeitos da fome em seres humanos, porque é extremamente antiético submeter uma pessoa à falta de alimento. Assim, todos os dados disponíveis hoje são referentes a greves de fome, jejuns religiosos e outros eventos do tipo.
Teoricamente, uma pessoa poderia sobreviver por até 3 meses sem alimento. No entanto, estatísticas mostram que 20 a 40 dias de privação de comida já podem ser fatais na maioria dos casos. Mas como um sistema que é, o corpo humano depende de muitas variáveis. O consumo elevado de água, por exemplo, pode influenciar no tempo de sobrevivência de um indivíduo em privação de comida.
Evidentemente, a falta de alimento e de água causam danos severos ao corpo, principalmente se prolongados por dias ou semanas. O sistema cardiovascular, por exemplo, sofre com a perda de musculatura, acarretando arritmia e ritmo cardíaco diminuído. Já sistema nervoso consome de 20% a 25% de toda a energia do corpo e sem uma fonte de calorias, a perda de habilidades cognitivas é bastante provável.
O que acontece com o corpo sem comida
Existem três biomoléculas que são fontes de energia para o corpo: carboidratos, lipídeos e proteínas. Em geral, eles são consumidos pelo corpo nessa ordem mesmo. Explico. Quando você está trabalhando, se exercitando ou mesmo assistindo Netflix, seu corpo precisa extrair energia de algum lugar. As primeiras moléculas que ele quebra são os carboidratos, que se esgotam rapidamente e precisam ser repostos de forma mais frequente. Por isso massas são tão irresistíveis – pura seleção natural.
Em segundo plano, o corpo consome os lipídeos – gorduras. Essas moléculas são as mais energéticas e geralmente ficam guardadas nos músculos e em alguns órgãos. Os lipídeos duram mais tempo que os carboidratos, justamente por serem mais energéticos. Geralmente eles são essenciais para maratonistas, que começam a consumi-los após a primeira hora de exercícios.
Já as proteínas são o último recurso energético do corpo. Isso porque na verdade elas têm função estrutural, de manter o funcionamento do corpo. Assim, quando o organismo começa a quebrar proteínas, ele estará degradando os próprios tecidos e, nesse ponto, os efeitos colaterais começam a ser significativos.
Apesar de tudo isso, práticas como o jejum intermitente podem ter efeitos positivos no metabolismo de um indivíduo. No entanto, é imprescindível consultar seu médico nutricionista antes de adotar qualquer prática de jejum ou passar por períodos de privação de alimento.