Partícula de antimatéria altamente energética atinge a Antártica

Amanda dos Santos
O observatório de neutrinos IceCube na Antártica. Imagem: Reuters

O observatório de neutrinos IceCube detectou recentemente uma partícula de antimatéria extremamente energética. Ela caiu no gelo da Antártica em 2016, mas o evento não pôde ser confirmado até recentemente.

Assim, essa energia nunca havia sido medida antes para este tipo de colisão. O evento apoia o Modelo Padrão da física de partículas e confirma a existência da “ressonância Glashow”. Ainda mais, a partícula detectada é um antineutrino, um hómologo de antimatéria do neutrino.

Essa é uma partícula elementar relativamente difícil de detectar. Ele colidiu com um elétron localizado no gelo sob o observatório a uma velocidade próxima à da luz.

Detecção da partícula de antimateria

A chuva de partículas gerada pela colisão pode ser detectada pelo IceCube, uma importante instalação na pesquisa de neutrinos de alta energia. Hoje, físicos relatam que essa chuva de partículas continha evidências de um evento há muito teorizado, mas nunca detectado até agora, conhecido como “ressonância Glashow”.

ressonância Glashow
Este gráfico 3-D, com colunas de esferas verdes, azuis, amarelas e laranja e outras formas redondas, fornece uma representação visual da detecção do evento de ressonância Glashow. [Imagem: IceCube Collaboration]

Os detalhes estão disponíveis desde 10 de março na revista Nature. Essa detecção suporta o modelo padrão da física de partículas. Em 1960, o físico Stephen Glashow, então pesquisador de pós-graduação no Instituto Nórdico de Física Teórica da Dinamarca, previu que quando um antineutrino (antimatéria) de energia suficientemente alta colidisse com um elétron, produziria uma partícula pesada e de vida curta, chamada de W A previsão de Glashow.

A previsão foi baseada nas regras básicas do Modelo Padrão da física de partículas, uma teoria que domina como os pesquisadores abordam a maioria dos mecanismos físicos. A detecção da ressonância Glashow é, portanto, uma forte confirmação do modelo padrão. Mas requer que o neutrino carregue muito mais energia do que um acelerador de partículas pode produzir: 6,3 petaeletronvolts (PeV). O antineutrino ou antimatéria aqui detectado possui essa energia e isso o torna único.

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