Um grupo de pesquisadores detectou algo incomum enquanto faziam um levantamento fotográfico da população de girafas no Parque Nacional de Murchison Falls, em Uganda. Alguns dos animais apresentavam anormalidades morfológicas semelhantes a girafas anãs.
Ou seja, a princípio, uma das girafas selvagens parecia um pouco diferente das outras, com pernas notavelmente mais curtas. Mesmo tendo o que parecia ser um tamanho corporal subadulto. Então, quando realizavam o mesmo trabalho na Namíbia, eles avistaram uma segunda girafa selvagem parecida.
O reconhecimento das girafas anãs
Os bezerros das girafas amadurecem totalmente entre três e seis anos de idade. Acredita-se que essa segunda girafa tenha nascido em 2014, assim ela deveria ter o comprimento das pernas de um adulto. Logo, os pesquisadores creem que ambas as girafas são afetadas por uma condição como a displasia esquelética (termo genérico para doenças que afetam o comprimento dos membros, incluindo o nanismo).
Desse modo, elas realmente são girafas anãs. Portanto, o artigo publicado na revista BMC Research Notes é o primeiro a descrever girafas com essa condição encontradas na natureza. Os autores conversaram com alguns membros de comunidades de zoológico e parece não ter sido testemunhada essas mesmas características em nenhum animal em cativeiro também.
O fato de não ter membros da comunidade científica e de zoológicos relatando a condição de girafas anãs indica que é provavelmente muito raro. As displasias esqueléticas podem estar associadas a algum distúrbio genético, porque o surgimento delas costuma estar enraizado em etiologias moleculares, explica o coautor Michael B. Brown, biólogo conservacionista da Girafa Fundação de Conservação para a IFLScience.
Outra observação importante é sobre a população de girafas do Parque Nacional de Murchison Falls em Uganda ter experimentado um gargalo populacional significativo no final dos anos 1980 como resultados de distúrbios civis e caça ilegal. Mas não está claro se houve impacto remanescente desse gargalo.