Macacos em zoológico preferem ruído do tráfego a sons naturais

Amanda dos Santos
Macacos saquê de cara branca no zoológico de Helsinque puderam escolher entre o barulho da chuva, o tráfego, sons zen ou música eletrônica. Imagem: Phys.org

Naturalmente, pensamos que os macacos se adequam bem à sons de florestas tropicais e ficam mais tranquilos com músicas zen. Só que macacos em um zoológico finlandês demonstraram preferência pelo barulho do tráfego em vez de ruídos vindos da selva também, descobriram os pesquisadores.

Esse experimento tinha como finalidade usar a tecnologia para melhorar o bem-estar de animais em cativeiro. Por isso, os pesquisadores instalaram um túnel equipado com sensores no Zoológico Korkeasaari de Helsinque. Os primatas tiveram a chance de escolher o que queriam ouvir.

Os sons disponíveis eram sons da chuva, trânsito, sons zen ou música dançante. A pesquisadora Ilyena Hirskyj-Douglas, da Universidade Aalto da Finlândia, explicou o ponto de vista dela e de seus colegas. Portanto, eles acharam que a escolha dos macacos seriam sons mais calmantes, como música zen. Mas os macacos acionaram mais os sons do tráfego.

Sons do trânsito

A trilha sonora de veículos estrondosa provou ser a escolha mais popular entre os macacos em zoológico. Às vezes, os animais dormiam ou se limpavam dentro do túnel de som, algo que não faziam com outros sons, disse Hirskyj-Douglas.

macacos ruídos
Imagem: Wikimedia commons

A coordenadora de pesquisa do zoológico, Kirsi Pynnonen, acredita que os sons da estrada imitam alguns sons naturais dos macacos.

Na natureza, eles usam assobios, guinchos e grasnidos altos para se manterem em contato, disse ela. Ruídos que os primatas podem ouvir no trânsito.

Nesse sentido, estudos sonoros já foram feitos realizados com animais em cativeiro antes. Mas, esta foi a primeira tentativa de dar controle total aos macacos sobre o que querem ouvir, dizem os cientistas.

No futuro, os animais podem ter estímulos extras nos zoológicos. Por exemplo, controlar a iluminação, o calor e a temperatura. Ou até mesmo jogar, diz Hirskyj-Douglas.

A tecnologia é bem ampla e aberta para fazer uma ponte nesta área. Tanto que outros zoológicos da Europa também demonstraram interesse nas descobertas da pesquisa, disse Pynnonen. Logo, a equipe analisa seguir com a instalação de telas dentro do túnel para os macacos observarem, caso desejem.

Macacos saquê de cara branca

macaco fêmea
Imagem: Jim Capaldi / Wikimedia Commons

Os macacos saquê de cara branca são primatas de médio porte nativos dos países do norte da América do Sul, onde são “relativamente numerosos”. Porém, ameaçados pela destruição da floresta tropical, relata Pynnonen.

Apesar do que muita gente pensa, não comem banana, mas sementes, insetos e algumas frutas, acrescentou. Ou seja, são exigentes com sua fonte de alimento e podem viajar distâncias mais longas que outros primatas.

Eles preferem árvores com grandes quantidades de frutas e com poços de água. Seus dentes grandes caninos permitem quebrar a cobertura dura de cascas e nozes.

Ainda mais, esses macacos são predominantemente saltadores e viajam aproximadamente 70% do tempo. Nos outros 30%, eles caminham, correm e escalam.

Em conclusão, eles podem ser encontrados no Brasil, Guiana Francesa, Guiana, Suriname e Venezuela. Normalmente, vivem 14 anos em seu habitat natural. Em cativeiro, podem chegar aos 36 anos. Sakis são ativos durante o dia e dormem muito em árvores elevadas, para se protegerem do clima e de predadores.

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