Microplásticos são pequenos fragmentos de plástico que medem menos de 5 milímetros. Alguns tipos são originados de plásticos maiores e são degradados na natureza até atingirem o tamanho microscópico. Outros tipos já são produzidos em tamanhos reduzidos, como pequenas esferas e pelotas, utilizadas em diversos setores da indústria e cosméticos.
De uma forma ou de outra, os microplásticos são um problema produzido pelo homem e está afetando a vida aquática. Eles estão presentes em lagos e oceanos, distribuídos na superfície e, principalmente, no fundo marinho.
Difícil de ver, difícil de rastrear
Estima-se que todo ano 8 milhões de toneladas de plástico entram no oceano, mas apenas 1% desse resíduo é encontrado em forma visível e boiando na superfície. Assim, é sugerido que o grande volume de plástico que habita os oceanos são microplásticos.
Os microplásticos são difíceis de encontrar, pois são muito leves, e por isso, são arrastados por correntes e pelas circulações oceânicas. Também podem afundar, apesar do pouco peso, e se confundem entre os sedimentos marinhos.
Dessa forma, os cientistas ainda estão estudando formas de rastrear como os microplásticos se movimentam, através de simulações em modelos computacionais. Sendo importante para descobrir os impactos que eles causam no ecossistema.
Os microplásticos estão dominando o fundo marinho
De acordo com um novo estudo, cerca de 15 milhões de toneladas de microplástico foi encontrada no fundo marinho, em oceano profundo.
Cada grão de areia do fundo marinho continha cerca de 14 partículas de microplástico.
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Estudar os microplásticos no fundo marinho é ainda mais difícil do que na superfície. Coletar e analisar amostras de sedimento que se encontram a quilômetros de distância da superfície requer muito trabalho e custos. Dessa forma, rastrear e entender os impactos dos microplásticos no fundo marinho é outro desafio que os cientistas encontram.
Consequência para a vida marinha
As consequências da poluição por plásticos maiores para a vida marinha já são bem divulgadas. Animais como golfinhos, tartarugas e aves são bastante afetados ao ingerir ou ficarem presos nesses resíduos.
No entanto, os impactos que os microplásticos causam ainda é pouco entendido, até por cientistas.
Plânctons e larvas de peixes são a base da cadeia alimentar marinha. Esses animais confundem microplásticos com alimento e os ingerem, assim como animais filtradores, como as ostras. A partir deles, animais maiores passam a ingerir os microplásticos, se acumulando até animais que os próprios humanos se alimentam, como os peixes.
Isso pode gerar riscos para esses animais marinhos e para os humanos, pois plásticos possuem compostos químicos que são tóxicos. Pode-se citar os ftalatos e bisfenol A, compostos cancerígenos utilizados na produção do plástico. Além disso, os plásticos conseguem absorver outros tipos de compostos poluidores do ambiente, como os PCBs.
Uma das formas de estudar os riscos causados na vida marinha, e por consequência nos humanos, é determinar quais tipos de microplásticos são os mais tóxicos e o quanto deles está sendo ingerido na cadeia alimentar marinha.
Esses novos estudos demonstram que nenhuma área do oceano está imune à poluição por plástico. Cientistas estão apenas começando a entender os impactos causados na vida marinha, nos ecossistemas e na saúde humana.
Com informações de Live Science, Woods Hole e NOAA.