Noticiamos aqui as centenas de elefantes mortos misteriosamente no famoso Delta do Okavango, na Botswana.
Agora, o departamento de vida selvagem revelou que a morte foi causada por envenenamento através de cianobactérias.
Botswana é um país sem litoral da África Austral e possui a maior população de elefantes do mundo, estimada em cerca de 130.000.
Mortes misteriosas foram causadas por envenenamento
Desde março, mais de 300 paquidermes morreram de forma misteriosa com suas presas intactas, o que descartou a hipótese de que foram mortos por caçadores.
Nesta segunda-feira, o veterinário principal do Departamento de Vida Selvagem e Parques Nacionais, Mmadi Reuben, disse aos repórteres a causa das mortes: envenenamento por cianobactérias que cresciam em tanques ou bebedouros.
As cianobactérias são grupos de organismos procarióticos, também chamados de algas azuis. Elas têm dimensões reduzidas, geralmente unicelulares, e podem crescer em colônias.
Ela é uma bactéria tóxica que pode surgir naturalmente em águas paradas e, às vezes, crescer em grandes flores. No caso, ela se desenvolveu em pontos da água.
Pesquisadores alertam que as mudanças climáticas e temperatura atmosférica podem influenciar na temperatura do meio onde vivem. Ou seja, florações tóxicas são mais comuns em lugares com águas mais quentes.
A descoberta do motivo dessas mortes surgiu porque os elefantes pararam de adoecer ou morrer no final de junho, coincidindo com a secagem de seus reservatórios.
Descoberta dos casos
O primeiro relatório das mortes incomuns dos elefantes de Botswana foi realizado dia 25 de abril e identificou os casos perto da aldeia de Seronga.
A partir de então, os números começaram a aumentar no mês seguinte.
Centenas de carcaças foram localizadas com a ajuda de sobrevoos feitos no início do ano.
De acordo com as autoridades responsáveis pela vida selvagem, cerca de 330 animais morreram por um distúrbio neurológico causado pelas algas azuis.
Muitos desses foram encontrados próximos a bolsões d’água e a confirmação veio no resultado dos últimos testes realizados.
Enfim, os exames de sangue foram consistentes com a descoberta de que uma espécie de cianobactéria que produz neurotoxinas foi a causa da morte dos elefantes e vieram de reservatórios de água sazonais da região.
Os testes foram realizados em laboratórios especializados na África do Sul, Canadá, Zimbábue e Estados Unidos.
Logo autoridades descartaram antraz ou envolvimento humano, como a caça ilegal, de acordo com que Cyril Taolo, vice-diretor do Departamento de Vida Selvagem e Parques Nacionais, informou em coletiva de imprensa na capital, Gaborone.
O governo continua os estudos sobre a ocorrência da bactéria para evitar futuras mortes. Reuben salienta que têm muitas perguntas a serem respondidas.
Portanto, uma delas é por que apenas os elefantes e por que apenas naquela área. “Há uma série de hipóteses e estamos investigando”, disse Reuben a jornalistas.
Nem mesmo hienas e abutres que foram vistos se alimentando das carcaças dos elefantes mortos apresentaram sinais da doença.
No inverno, os elefantes se hidratam principalmente comendo raízes e cascas, especialmente do baobá, quando não há água por perto. A árvore armazena em seus troncos a água durante os meses de chuva.
Informações da Science Alert.