Recentemente, biblicamente falando, pesquisadores encontraram alguns dos textos mais antigos da bíblia. Os Pergaminhos de Prata de Ketef Hinnom, encontrados em 1979 por arqueólogos israelenses, foram descritos como a maior descoberta de textos bíblicos.
O nome é referente ao local e ao material dos pergaminhos. Eles foram fabricados em prata. Ketef Hinnom, por sua vez, é o sítio arqueológico onde a caverna ficava. O local é repleto de câmaras fúnebres.
Datados entre 650 aC e 587 aC, os Pergaminhos da Prata são mais antigos que os famosos Manuscritos do Mar Morto, que foram encontrados na metade do século XX, na região onde hoje se situa a Cisjordânia.
Os manuscritos são escritos em paleo-hebraico, uma língua já não utilizada há mais de um milênio, semelhante à escrita fenícia, e serviu como uma segunda língua dos judeus. A primeira era o hebraico.
Os trechos deles são principalmente referente aos livros Êxodo e Deuteronômio, do antigo testamento da Bíblia Cristã, ou da Torá, o livro sagrado usado pelos Hebreus, praticamente equivalente ao antigo testamento.
Esses pergaminhos, entretanto, estavam perdidos por quase três mil anos, ou seja, desde que foram escritos. Quase não foram encontrados, já que estavam sob uma caverna que desmoronou, próximo a Jerusalém.
A descoberta dos textos bíblicos pelos pesquisadores israelenses, em 1979, entretanto, foi pura sorte. Os crentes talvez apostem que a descoberta dos textos foi premeditada por Deus.
O professor de Bíblia e Teologia da Shasta Bible College e da Graduate School, na Califórnia, Tom Meyer, conta ao Express.co um pouco de como foi a descoberta dos pergaminhos:
“Em 1979, uma equipe de arqueólogos israelenses liderados pelo dr. Gabriel Barkay estava examinando câmaras funerárias no vale Hinnom, próximo aos muros de Jerusalém, na antiga rota de Jerusalém para Belém”.
Sorte de principiante
Talvez um garoto de 13 anos que os acompanhava tenha dado a tal sorte. Meyer diz que o garoto “ fez o que a maioria dos garotos de 13 anos poderia fazer: ele encontrou uma ferramenta e começou a cavar no cemitério”.
A caverna havia desmoronado há 2600 anos, por isso os pergaminhos nunca foram retirados de lá. Ademais, quaisquer coisas ou pessoas lá dentro parou no tempo, enterrados sob os escombros. Por isso cavar foi uma boa ideia.
“O garoto cavou um pequeno buraco e atingiu a caçamba. Ele trouxe alguns dos objetos desenterrados para os arqueólogos que logo conduziram uma escavação na câmara funerária”, diz Meyer ao Express.co.
Eram dois pergaminhos extremamente frágeis, fabricados em prata. Por precisar tomar cuidado para não destruí-los, os pesquisadores levaram cerca de dois anos até que desvendassem os textos.
A fabricação em prata, aliada à importância do conteúdo dos textos, pode significar que os pergaminhos eram considerados amuletos, utilizados talvez em um colar sacerdotal.
“Esta passagem registrada no livro de Números é chamada de Bênção Sacerdotal; começa suplicando a Deus que conceda bênçãos físicas e espirituais ao seu povo e mantenha ou proteja-o de todo o mal”, diz Meyer.
Portanto, era um amuleto de proteção ao povo do Reino de Israel. A oração também pedia que Deus fosse gentil e que ainda fosse uma fonte de conforto e paz para aqueles povos.
Com informações de Express.co e Watch Jerusalem.