Os humanos se consideram uma espécie evoluída, capaz de construir objetos e formar uma organização envolvendo diferentes indivíduos. Mas, não somente as pessoas vivem em grupos bem organizados, outros animais também, como é caso das belugas.
As belugas já são conhecidas por sua inteligência, agora pesquisadores mostraram que elas podem formar sociedades quase tão complexas quanto a nossa.
Conheças as belugas
As belugas são uma espécie de baleia dentada que vive nas águas geladas do Ártico e do Subártico, ocupando uma grande variedade de habitats. Também são chamadas de baleias brancas ou canários do mar, elas possuem um vasto repertório vocal, assim como ganham destaque por sua cor.
As belugas geralmente nascem com cores cinza escuro ou cinza acastanhado e vão embranquecendo conforme envelhecem. Assim, entre 5 e 12 anos de idade já estão totalmente brancas.
Possuem uma cabeça pequena, com um bico bastante curto, não possuem barbatana dorsal e contam com pequenas nadadeiras arredondadas. As adultas podem medir até 5,5 metros e pesar cerca de 1,6 tonelada. Mas, quando elas nascem medem 1,6 metro.
Belugas podem formar sociedades tão complexas
As belugas podem formar sociedades tão complexas quanto a nossa, elas vivem em grupos pequenos, variando de 2 a 10 indivíduos ou então em grandes manadas, com mais de 2 mil integrantes. Além disso, elas costumam fazer longas migrações todos os anos, retornando durante os verões, indo para águas costeiras onde alimentam seus filhotes.
Os pesquisadores acreditavam que as belugas formavam laços sociais devido a ligação entre as fêmeas, ligadas a uma mesma linhagem materna. Seria algo semelhante as baleias assassinas (Orcinus orca) e aos elefantes africanos (Loxodonta africana). Contudo, essa hipótese ainda não havia sido investigada cientificamente.
“Nossa pesquisa melhorará nosso entendimento sobre por que algumas espécies são sociais, como as pessoas aprendem com os membros do grupo e como as culturas animais emergem”, disse o principal autor do estudo, Greg O’Corry-Crowe, pesquisador do Instituto Oceanográfico Harbor Branch, na Universidade Atlântica da Flórida.
Entenda o estudo
Durante o estudo foram feitas observações de campo, perfis de DNA e genotipagem de várias baleias beluga, para identificar as estruturas dos grupos e parentescos. Assim, o estudo foi realizado em 10 locais diferentes, em regiões costumeiramente frequentadas pelas belugas.
Dessa forma, perceberam que existe um número limitado de grupos: mãe-filhote, grupos de machos adultos e grupos de idades mistas. Nos diferentes locais em que foram feitas observações os grupos eram semelhantes.
As belugas podem viver até 70 anos, se mantendo todo esse tempo na mesma sociedade. Isso mostra que elas são capazes de criar relações com diferentes indivíduos. Por fim, os pesquisadores perceberam que além das díades mãe-filhote, esses grupos não conviviam com os parentes da mãe.
O estudo mostrou que em uma mesma linhagem de DNA, nem todos os animais estavam relacionados. Aliás, alguns deles possuíam vínculos paternos e não maternos.
O estudo foi publicado na revista Scientific Reports.
Com informações de SCI News.