Antifa é um termo que entrou em moda nas últimas semanas. Muitos não o conheciam, apesar de não ser um termo novo. Há anos eles já se tornam polêmica em diversos assuntos.
Durante a posse do presidente americano Donald Trump, os Antifa protestaram, quando houve a manifestação supremacista em Charlottesville, em 2017, eles se juntaram à ala esquerda e protestaram.
Os antifa não são exatamente um grupo centralizado: são uma ideologia antifascista com tendências da extrema esquerda, formados principalmente por comunistas, socialistas e anarquistas.
No Estados Unidos, um dos primeiros grupos a resgatar esse termo foi o Rose City Antifa, criado em 2007.
A História dos Antifa
Suas raízes se dão no início do século 20, quando o fascismo estava tomando um grande número de governos pelo mundo. Na época, juntavam-se pessoas de todo o espectro político sob a mesma bandeira: lutar contra o fascismo.
Apesar de raízes mais antigas, o fascismo propriamente dito nasceu de fato na década de 1920, com o ditador italiano Benito Mussolini, e conquistou diversos outros políticos no decorrer dos anos.
A bandeira que hoje os Antifa utilizam é a mesma bandeira que um grupo alemão Antifaschistische Aktion (Ação Antifascista), criado pelo Partido Comunista Alemão na década de 1930, utilizava.
Havia uma verdadeira guerra entre comunistas e fascistas, que se odiavam mortalmente.
Mas à medida que as pessoas de outros espectros políticos, não só da esquerda, perceberam o mal que era o fascismo, a luta se expandiu.
Ao LiveScience, o historiador Frederico Finchelstein disse que “muitos estavam à esquerda, alguns estavam no centro, outros eram até conservadores. Mas todos eles perceberam o que o fascismo significava: a destruição da democracia por dentro e a criação de uma ditadura”.
Pós Segunda Guerra
Há uma tendência de ligar o fascismo apenas à Alemanha Nazista e à Itália de Mussolini, mas devemos lembrar que discursos xenofóbicos, racistas, antissemitas, entre muitos outros discursos de ódio, eram comum por toda a Europa, se expandindo também para as Américas.
Ao fim da Segunda Guerra Mundial, inclusive, muitos Nazistas famosos fugiram para a América da Sul, principalmente para a Argentina, mas o Brasil também recebeu alguns deles. Isso porque ainda havia muitos simpatizante das ideologias fascistas espalhadas pelo mundo, e ainda há nos dias de hoje.
Adolf Eichmann, principal responsável pela perseguição de judeus pelo Terceiro Reich, por exemplo, havia se escondido na Argentina. Na década de 1960, foi encontrado e capturado secretamente pelo Mossad, o serviço secreto de Israel.
Dias de hoje
Infelizmente, novamente tem se tornado banais as demonstrações públicas racistas e xenofóbicas, além da extrema intolerância a outras ideologias políticas e flertes com ditaduras.
Em contraposição, os movimentos antifascistas também ganham maior destaque, protestando contra políticos, civis e militares que dispersam discursos de ódio.
Violência
Uma das principais polêmicas é a violência, tanto pela extrema direita, como pelos manifestante sob a bandeira Antifa, e isso também é algo histórico. Donald Trump chegou a dizer que tornaria o Antifa uma organização terrorista. No Brasil, Bolsonaro e partidários possuem posição semelhante.
Claro que não são todos os antifascistas que utilizam da violência. Mas há quem prefira táticas de guerrilha, argumentando que a violência é intrínseca ao fascismo, e, portanto, devem combatê-lo pelos próprios meios.
Conforme disse ao NY Times a professora da Universidade de Nova York Ruth Ben-Ghiat, a militância mais radical “pode se tornar uma justificativa para quem está no poder e aliados à direita de reprimir. Nessas situações, a esquerda, ou antifa, é historicamente colocada em situações impossíveis.”
Perigo
Como a História nos mostra, qualquer discurso radical é perigoso, seja na esquerda, seja na direita. O mundo viu ditaduras horrendas no fascismo, comunismo – em diversas ideologias diferentes.
Ao se sentir se aproximando de qualquer discurso extremado, afaste-se. Em tempos de crises e polarização política é muito fácil cair nas garras de discursos extremos. A democracia, a liberdade e os direitos humanos devem ser universais, e quaisquer coisas que vão contra esses princípios devem ser repudiadas.