A Costa Jurássica, na Inglaterra, guarda valiosos fósseis que revelam o passado. Esses fósseis são encontrados nas rochas, muitas vezes expostas pela ação do mar.
Há 200 milhões de anos, a ilha da Grã-Bretanha não estava localizada ao norte, mas sim próxima ao equador, desfrutando de um clima tropical. Mais tarde, ela se deslocou para o norte devido à deriva continental.
Como sabemos disso? A resposta está nos fósseis. Rochas sedimentares contendo fósseis de animais e plantas nos contam muito sobre o passado, e eles sobreviveram a essa longa jornada.
Não apenas a Grã-Bretanha viajou pelos oceanos, mas todos os continentes. Há mais de 250 milhões de anos, existia um único supercontinente na Terra, chamado Pangeia.
A separação desses continentes se deu ao fim da era geológica Paleozoica, um pouco antes do surgimento dos dinossauros, que surgiram no início da era seguinte, a Mesozoica.
Do que se trata essa Costa Jurássica?
O oceano, antes, cobria uma região da Grã-Bretanha muito maior do que cobre hoje, e nesse local encontra-se muitos animais que ora viveram por ali.
A Costa Jurássica, se localiza no litoral da região onde é hoje o Canal da Mancha, o breve trecho oceânico que separa a Inglaterra da Europa continental.
A rica região, considerada um Patrimônio da Humanidade, pela UNESCO, é considerada como um dos melhores locais para a retirada de fósseis do mundo, e conta uma história de quase 200 milhões de anos.
A regulamentação é mais aberta e, portanto, qualquer pessoa pode coletar fósseis, já que lá eles não são considerados propriedades do Estado, como geralmente ocorre em outros países, caso do Brasil. Conforme a revista Smithsonian, isso foi uma boa aposta, já que incentivou colecionadores e civis comuns a coletar, diminuindo as perdas dos fósseis, conforme o Código de Conduta de Coleta de Fósseis de West Dorset
No entanto, peças mais significativas devem ser relatadas ao estado, e a venda só pode ser feita após se oferecer gratuitamente a museus. Se o museu aceitar, a pessoa é obrigada a doar.
Das centenas de visitas diárias, por civis e profissionais, entre 20 e 30 descobertas por ano são de interesse científico.
Alguns dos fósseis podem parecer pedras comuns para pessoas leigas, mas após uma longa e delicada limpeza com algumas ferramentas e ar comprimido, a beleza surge. E a valiosidade não é apenas científica. Muita gente lucra com esses fósseis: um ictiossauro, um réptil marinho, pode ser vendido por até centenas de milhares e dólares.