Nosso Sol às vezes produz partículas altamente energéticas, que são aceleradas por reconexão magnética em erupções solares ou por ondas de choque associadas a ejeções de massa coronal.
Tais partículas energéticas seguem então trajetórias ao longo das linhas do campo magnético interplanetário, que, juntamente com a localização do evento no Sol, determinam se essas partículas atingem a atmosfera da Terra.
Esses fenômenos, conhecidos por eventos de prótons solares (SPEs), representam uma ameaça para a sociedade moderna em termos de sistemas de comunicação e navegação, tecnologias espaciais e operações de aeronaves comerciais.
A evidência de tais eventos é registrada em locais naturais, tais como anéis de árvores e núcleos de gelo (amostras perfuradas de gelo).
Para aprender mais sobre SPEs, o Professor Raimund Muscheler da Universidade de Lund e seus colegas da Suécia, França, Suíça, Coréia do Sul, Emirados Árabes Unidos e EUA analisaram amostras de gelo da Groenlândia.
O material continha evidências de uma tempestade solar muito poderosa que ocorreu em 591 AEC.
“Se essa tempestade solar tivesse ocorrido hoje, poderia ter efeitos graves em nossa sociedade de alta tecnologia”, disse o professor Muscheler.
É apenas o terceiro evento documentado de forma confiável e é comparável com o SPE mais forte detectado em 775 EC.
“Também participamos de pesquisas que confirmaram a existência de duas outras tempestades solares, usando tanto os núcleos de gelo quanto os anéis anuais de crescimento das árvores antigas”, explicou o professor Muscheler.
“Essas tempestades ocorreram em 775 EC e 994 EC”.
“Mesmo que essas tempestades solares maciças sejam raras, nossa descoberta mostra que elas são um efeito naturalmente recorrente da atividade solar”, acrescentou.
“É por isso que devemos aumentar a proteção da sociedade contra as tempestades solares.”
Os resultados foram publicados online esta semana no Proceedings of the National Academy of Sciences. [Sci-News]