No último século, centenas de espécies acabaram extintas direta ou indiretamente pela ação humana. A perda de hábitats nativos, a poluição do ambiente e a introdução de espécies invasoras estão entre os principais motivos para isso. Contudo, nos últimos anos a situação vem ficando ainda pior. Nesse sentido, a União Internacional pela Conservação da Natureza (UICN) incluiu novas espécies na lista de organismos ameaçados de extinção. Infelizmente, 31 dessas espécies já estão extintas em ambiente natural, de acordo com o relatório divulgado no último dia 07.
A organização atualizou a sua lista vermelha de animais ameaçados, avaliando quase 129.000 espécies. A UICN teve origem em 1964 e desde então se tornou a organização com os dados mais completos sobre a biodiversidade mundial. No ano de 2020, por conseguinte, a organização adicionou 1.840 novas espécies à categoria de “ameaçada de extinção”. Dentre essas espécies, a maior parte são anfíbios, seguidos por coníferas, corais e tubarões. De acordo com o estudo, aliás, agora todos os golfinhos de água doce do planeta estão altamente ameaçados pela extinção.
Apesar das más notícias, há esperança
Os dados expostos pela UICN são alarmantes. Isso porque nos últimos dez anos a fragmentação e poluição de ambientes nativos vêm ameaçando milhares de espécies endêmicas. Ou seja, espécies que apenas existem em um lugar do planeta. Contudo, o relatório mostrou que algumas espécies estão se recuperando dos danos causados nas últimas décadas.
Nesse sentido, o relatório mostrou que os bisões-europeus estão se recuperando. Esses animais estavam em declínio no ambiente selvagem, atingindo apenas 1.800 animais em 2003.
Durante o século 20, aliás, esses animais sobreviveram apenas em cativeiro e, após isso, foram introduzidos novamente no ambiente natural. Já em 2019 a população saltou para os 6.200 indivíduos. Esse crescimento retirou a espécie da categoria “Vulnerável”. Vale lembrar que a recuperação dessa população só foi possível por esforços que já duram décadas.
Como evitar que novas espécies acabem extintas
A recuperação de uma espécie, como no caso do bisão, leva tempo. Por mais que muitos animais sejam resilientes às mudanças climáticas, todas as espécies do planeta acabam afetadas, de forma mais ou menos intensa, pelos humanos. Baleias-jubartes, por exemplo, podem desviar suas rotas de migração em até 2.000 km só para evitar passar perto de grandes cidades da costa. Isso altera completamente as reservas energéticas e desenvolvimento da espécie.
Justamente por esse tipo de exemplo, a natureza precisa de espaço. Ou seja, florestas e hábitats nativos precisam ser preservados, em primeiro lugar, para que haja um ambiente favorável para a alimentação e sobrevivência de todo tipo de animal e planta. A Amazônia, por exemplo, é o maior recanto da biodiversidade do mundo e, contanto que a floresta não sofra mais queimadas e derrubadas, o ecossistema pode se recuperar em algumas décadas.
Contudo, o relatório divulgado pela UICN, em parceria com a Organização das Nações Unidas chama a atenção, mais uma vez, para emergência climática global. As autoridades afirmam que mudanças são extremamente necessárias enquanto há tempo. Apenas dessa forma será possível que as 31 espécies extintas não se tornem 100, 200, 1000 nos próximos anos.