Um grupo de arqueólogos trabalhavam em um sítio que remonta à Dinastia Shang, quando as escavações revelaram esqueleto ajoelhado e decapitado. Segundo mídia chinesa o corpo foi descoberto no local de sacrifício. Estava em uma posição ajoelhada, que os textos chineses antigos descrevem como evidência de um “rito de sacrifício”.
Um antigo esqueleto ajoelhado e decapitado
Desde o ano passado, arqueólogos estão escavando um local de 6.000 metros quadrados em Chaizhuang. Segundo relatório da Xinhua, este sítio arqueológico remonta à Dinastia Shang (1600 AEC a 1046 AEC). Ele contém casas, poços de água, fogões, estradas, túmulos, cerâmica, ossos, jóias e evidências de consumo de frutos do mar.
No sítio também foi descoberto um local de sacrifício, um poço no qual a vítima sacrificada decapitada ainda era posta em sua posição final de joelhos, voltada para o norte, com os braços cruzados e as mãos entrelaçadas. Esta descoberta confirma uma suspeita prática da Dinastia Shang, na qual indivíduos sacrificados foram enterrados na posição vertical.
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Um pedaço de osso do oráculo encontrado no local de Chaizhuang, nas ruínas Yin, descreve a maneira de oferecer sacrifícios em covas humanas ou animais. Esse método era chamado ‘Jiaguwen‘. Esses inscritos estão entre os primeiros relatos totalmente desenvolvidos na China antiga, que costumavam ser gravados em ossos de humanos e animais, e até mesmo em conchas de tartaruga.
Os rituais de sacrifícios da Dinastia Shang
Os pesquisadores explicaram que durante o período da Dinastia Shang os termos “Ela”, “Shi”, “Tan” e “Kan” eram usados para nomear diferentes rituais. E “Kan” mostra os enterros na posição vertical.
As tradições de sacrifício humano se originaram na Dinastia Shang. Neste período, os plebeus costumavam ser enterrados com seus animais de estimação, enquanto as classes altas eram sepultadas com os corpos de suas esposas, concubinas, guarda-costas, servos e escravos, todos eles mortos para seguir seus senhores para o outro mundo.
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Um exemplo deste tipo de sacrifício que muito chama a atenção é o enterro do duque Mu de Qin, décimo quarto governante de Qin (659-621 AEC) nas regiões ocidentais do Reino de Zhou, quando 177 pessoas foram enterradas vivas com ele.
Durante a dinastia Shang, muitos humanos foram mortos para apaziguar os deuses e os espíritos, e seus esqueletos decapitados eram geralmente enterrados nas tumbas dos reis da antiga dinastia. Queimar pessoas vivas também era uma prática comum. Homens, mulheres e crianças que eram escolhidos como oferendas aos deuses eram frequentemente cortados em pequenos pedaços ou perfurados e deixados a sangrar lentamente até a morte.
No ano de 1673 DEC, o imperador Kangxi, da dinastia Qing, proibiu a terrível tradição do sacrifício humano, dando fim a esta prática.