Túmulo antigo revela uso de reações químicas básicas em pinturas de 5.000 anos

Milena Elísios

Túmulo antigo de cerca de 5.000 anos que foi descoberto na aldeia de Karakol, na República Altai, em 1985, agora está revelando segredos inesperados. O túmulo era composto por caixas retangulares de lajes de pedra talhadas e decoradas com desenhos de pigmentos minerais coloridos no lado interno. As imagens em vermelho, preto e branco retratam criaturas antropomórficas com coroas de penas ou chifres, máscaras antropomórficas e trajes ornamentados. 

Os pesquisadores ficaram muito surpresos com o fato de os desenhos terem sido feitos em três cores, branco, vermelho e preto, este foi o primeiro caso de pinturas rupestres policromáticas, já encontradas na Sibéria.

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Obras de arte incríveis foram encontradas nas paredes de um túmulo antigo de pedra na Sibéria. (Imagem: Vladimir Kubarev / IAET SB RAS)

Os restos humanos enterradas dentro do túmulo antigo também foram pintados com as mesmas cores, com manchas de ocre vermelho encontradas abaixo das órbitas oculares, além vestígios de um mineral preto e prateado chamado Specularite que tingiam a área das sobrancelhas.

As imagens complexas e policromáticas já são de fato incríveis, mas não isso não é tudo: Os arqueólogos descobriram que as imagens coloridas dessas pedras foram feitas em momentos diferentes, e usando uma técnica elaborada, fundamentada na ciência.

Nos primeiros foram gravados pinturas de alces, cabras da montanha e pessoas correndo com chifres redondos na cabeça. 

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Agora está claro que, há cerca de 5.000 anos, os pintores das tumbas sabiam conduzir uma reação química básica, a fim de criar não apenas uma cor vermelha, mas o tom preciso que desejavam. (Imagens: Vladimir Kubarev / IAET SB RAS, The Siberian Times)

Os segundos, eram compostos por pedaços de rocha com os petroglifos que foram quebrados da montanha, levados para o túmulo e virados de cabeça para baixo para decorar seu interior. Depois, ligeiramente cima dos petroglifos, foram feitos desenhos de onze figuras humanas. 

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Os cientistas ficaram surpresos com o fato de os desenhos terem sido feitos em três cores, branco, vermelho e preto, o primeiro caso de pinturas rupestres policromáticas já encontradas na Sibéria.

Para essas pinturas, os artistas pré-históricos precisaram fazer muito mais do que apenas misturar as técnicas de gravação e desenho com tintas minerais. Uma equipe de cientistas do Instituto Kurchatov, em Moscou, o principal centro de pesquisa e desenvolvimento de energia nuclear da Rússia, trabalhando com o Centro de Arte Paleo do Instituto de Arqueologia, provou que as partes vermelhas dos desenhos das tumbas eram feitas de ocre termicamente modificado. 

Os detalhes em cor branca das obras de arte foram feitas por raspagem, que revelou cristais de rocha refletores de luz, e para a cor preta, os artistas pré-históricos de Karakol usavam fuligem.  

O significado do desenho da tumba ainda não foi decifrado e o rito fúnebre dos antigos habitantes de Altai permanece desconhecido. Talvez essas figuras representem uma narrativa de um ritual fúnebre, esperando um pesquisador que possa lê-lo e compreendê-lo.

Mas as técnicas científicas por trás da obra de arte, e especialmente o processo complexo usado para fazer os pigmentos de vermelho vistos nas pinturas e nos crânios no túmulo, agora ficaram claros.

FONTE / Siberian Times

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