No dia 6 de janeiro deste ano, a bióloga e guia de recifes Jacinta Shackleton avistou e fotografou um raríssimo polvo-véu, o primeiro registro em mais de 20 anos. O magnífico encontro com esse vermelho e brilhante polvo aconteceu na Grande Barreira de Corais, na ilha Lady Elliot, no noroeste da Austrália. Para divulgação do material, Shackleton publicou um belíssimo vídeo em suas redes sociais.
Esse arquivo é tão especial porque há apenas outros quatro na mesma localização. Geralmente, as imagens desses polvos são de cativeiros, enquanto as imagens de Jacinta são da própria natureza a luz do dia. Por isso, a guia relatou que teve dificuldades para continuar respirando com o equipamento, já que começou a gritar em baixo d´água durante a descoberta.
A mesma contou: “Quando o vi pela primeira vez, pensei que poderia ser um peixe juvenil com barbatanas longas, mas, quando se aproximou, percebi que era um polvo-véu fêmea e tive uma sensação avassaladora de alegria e emoção”.
As características do raríssimo polvo-véu
Os polvos-véu fazem parte de um pequeno grupo de animais do gênero Tremoctopus e geralmente vivem em mar aberto. No entanto, a bióloga avistou a fêmea em águas rasas, portanto, um evento ainda mais incomum. Sendo o nome científico da espécie registrada: Tremoctopus Violaceus Violaceus.
A confirmação do sexo ocorreu porque os machos atingem apenas 2,4cm de comprimento, enquanto suas parceiras são muito maiores, elas possuem cerca de 2 metros de comprimento. Sendo, portanto, uma das maiores diferenças de tamanho entre os sexos em todo o reino animal.
Para garantir a reprodução, os machos utilizam uma braço modificado para inserirem o esperma dentro da fêmea. Inclusive, cabe ressaltar que equipes registram o primeiro macho vivo da espécie apenas no ano de 2002.
Os polvos-véu femininos possuem uma espécie de “capa” colorida como arco-íris, a qual pode ser removida para espantar predadores. Em rede social, Jacinta Shackleton também falou sobre as cores e o movimento do animal. Suas palavras foram: “As cores de sua capa eram incríveis e era fascinante ver a maneira como ela se movia na água”.
Por fim, a bióloga ainda declarou: “Era como se estivesse dançando na água com uma capa esvoaçante. As cores vibrantes são tão incríveis que você não consegue tirar os olhos delas”.