Programa de sucesso da HBO, “The Last of Us” é uma série de jogos eletrônicos de ação e aventura desenvolvida pela Naughty Dog. O jogo se passa em um futuro pós-apocalíptico em que a humanidade é ameaçada por uma pandemia fúngica que transforma as pessoas em criaturas hostis. A série é conhecida por sua história envolvente, personagens bem desenvolvidos e gráficos incríveis.
Diferente do que se costuma ver no contexto cinematográfico, o apocalipse zumbi ao qual a série nos apresenta não é proveniente de armas biológicas ou químicas, mas as pessoas se tornam zumbis por conta de fungos. Como era de se esperar, de acordo com a Insider, os telespectadores estão questionando se a pandemia por fungos é mesmo possível. Mas o que a ciência diz?
Pandemia fúngica não é impossível
A pandemia fúngica é um tema recorrente em muitos trabalhos de ficção científica e tem sido um assunto de interesse para a ciência por muitos anos. Na vida real, as doenças fúngicas têm sido responsáveis por pandemias em todo o mundo ao longo da história, incluindo a Peste Negra, que matou milhões de pessoas no século XIV. No entanto, ainda há muito pouco conhecimento sobre como essas doenças se espalham e como podem ser controladas.
Nesse contexto, o fungo que causa a pandemia na série The Last of Us é conhecido como Cordyceps e é baseado em um fungo real que infecta insetos e os controla para se reproduzir. Na série, o fungo evoluiu para infectar humanos e transformá-los em hordas de criaturas violentas. A luta pela sobrevivência é a principal preocupação dos personagens na série, e a pandemia fúngica é o principal obstáculo a ser superado.
Embora o Cordyceps não possa nos infectar porque eles não podem prosperar na temperatura do corpo humano, algumas espécies de fungos produzem substâncias químicas psicoativas e podem influenciar o comportamento humano.
Desse modo, Norman Van Rhijn, micologista que pesquisa infecções fúngicas na Universidade de Manchester, afirmou que “Uma pandemia fúngica é definitivamente possível.” Além disso, Tom Chiller, chefe do ramo de doenças fúngicas dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, afirmou que “O potencial é enorme para o que pode surgir e se tornar um patógeno […] Não vou me surpreender com o surgimento de mais fungos como patógenos humanos, que se tornam mais difíceis de tratar e mais infecciosos”.
Ficção em The Last of Us tem chance de se tornar real?
Na série da HBO, os zumbis transmitem a doença mordendo ou injetando gavinhas de fungo em suas vítimas, mas a transmissão de fungos no mundo real não acontece assim — as infecções fúngicas se espalham amplamente pelo toque ou superfícies.
Ademais, é deveras improvável que um Cordyceps semelhante a um fungo pudesse mudar o suficiente para realizar a enorme transição de insetos para pessoas, mantendo sua capacidade de afetar o comportamento humano com sucesso.
Cliller explica que existem “muitos obstáculos que precisam ser superados […] Uma formiga e um ser humano são dramaticamente diferentes. Temos sistemas imunológicos, vivemos em temperaturas diferentes, você sabe, nossa temperatura corporal é muito mais alta. Portanto, existem apenas algumas coisas fundamentais que serão extremamente difíceis para esse fungo em particular superar.”
Metáforas sociais
A pandemia fúngica na série The Last of Us pode ser entendida como uma metáfora poderosa para a fragilidade da sociedade humana e a importância de estarmos preparados para lidar com ameaças à nossa existência. É uma lição sobre a importância da preparação e do trabalho em equipe para superar as adversidades.
A série também destaca a importância da empatia e da conexão humana, sobretudo no que se refere à reflexão acerca da natureza do homem, mesmo em meio a um mundo hostil e desolado.