Um grupo de arqueólogos iraquianos que trabalhavam no Tello Ancient Girsu, no Curdistão encontraram um templo dedicado ao deus da guerra da Mesopotâmia, Ningirsu. O local é datado de cerca de 5.000 anos e está numa das mais antigas cidades conhecidas. Este achado está permitindo aos pesquisadores entender melhor o povo e a cultura da Mesopotâmia.
Este sítio arqueológico em particular foi intensamente investigado no passado, durante o qual muitos restos mortais e artefatos sumérios importantes foram descobertos.
Os pesquisadores fizeram uma reconstrução virtual do local, o que os ajudou muito em sua escavação. Desde 2018 a equipe escava as paredes, algumas decoradas com imagens e inscritos com feitiços mágicos. O templo de Ningirsu era considerado um dos mais importantes da época, mostram fontes antigas.
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Já no ano passado, os arqueólogos desenterraram uma área sagrada ou ritualística que tem até cinco milênios. Acredita-se que o local era usado para procissão ritual, festas religiosas e sacrifícios. Eles também encontraram cerca de 300 artefatos, como copos, taças e vasos, que provavelmente foram usados nas cerimônias ou rituais.
Artefatos no templo dedicado ao deus da guerra
Um dos itens mais importantes descobertos foi um pássaro de bronze, provavelmente um pato, com olhos feitos de concha. Segundo os pesquisadores, este artefato era provavelmente dedicado a Nanshe, uma deusa associada à água, pântanos e aves aquáticas. Também foi encontrado um fragmento, possivelmente de uma jarra, que levava o nome de Ningirsu.
Os pesquisadores também contam que as taças que foram encontradas no local provavelmente eram usadas em um banquete religioso sendo descartadas descartadas no poço após os riauais. Também foi recuperados do poço um grande número de ossos de animais selvagens e domesticados.
Estes animais tinham sido muito provavelmente sacrificados e possivelmente consumidos em festins rituais. Arqueólogos também encontraram cinzas que vieram de grandes fogueiras cerimoniais.
Religiosidade na Mesopotâmia
Os pesquisadores acreditam que a área cúltica estava em uso durante o período da Dinástica Antiga que ocorreu entre 2950 e 2350 AEC. Tabuletas de barro, descobertas em Girsu, descrevem as práticas culinárias que tiveram lugar no templo. As tabuletas revelam que houve uma procissão religiosa que culminou em um banquete que era realizado duas vezes ao ano no templo. Esta foi realizada em honra de Ningirsu, o filho de Enil, o deus principal no panteão mesopotâmico.
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Parece que uma procissão religiosa começou no centro de Girsu e depois de atravessar seu território, chegou a um local conhecido como Gu’edena. O que aconteceu lá não é conhecido, mas sabe-se que a procissão voltaria mais tarde para a cidade.
As recentes descobertas foram anunciadas na reunião anual da American Schools of Oriental Research. Agora a equipe de arqueólogos continua seu trabalho de pesquisa em Girsu e as recentes descobertas serão publicadas em breve.