Táxi aéreo movido a hidrogênio voou mais de 800 km e só emitiu vapor de água

Felipe Miranda
Imagem: Joby Aviation

Joby Aviation é uma empresa da Califórnia, nos EUA, que trabalha com soluções aéreas inovadoras. Agora, sua criação, um táxi aéreo movido a hidrogênio, voou mais de 800 km emitindo apenas vapor de água. O modelo foi desenvolvido e demonstrado recentemente pela empresa.

Conforme já abordamos, o hidrogênio pode resolver um problema que a eletrificação com baterias não resolve. Carros e caminhões movem cargas pequenas – se comparadas a grandes aviões comerciais. Além disso, aviões movem essas cargas a enormes velocidades por longas distâncias. Isso significa que o custo energético dessas aeronaves é imenso, sendo uma tarefa quase impossível manter o uso delas por meio de baterias, já que não é praticável parar um avião de hora em hora para recarregar as baterias. Dado esse contexto, o hidrogênio pode ser uma excelente fonte de energia limpa para que esses veículos possam ter uma boa autonomia.

“Viajar de avião é fundamental para o progresso humano, mas precisamos encontrar maneiras de torná-lo mais limpo”, disse em um comunicado de imprensa JoeBen Bevirt, fundador e CEO da Joby. “Com nosso táxi aéreo elétrico a bateria definido para mudar fundamentalmente a maneira como nos movemos pelas cidades, estamos entusiasmados em agora construir uma pilha de tecnologia que poderia redefinir as viagens regionais usando aeronaves elétricas a hidrogênio”.

No caso, a tecnologia da empresa não remete a grandes aeronaves, e sim a pequenos táxis aéreos. São veículos que podem facilmente se deslocar de dentro de grandes centros urbanos. Eles utilizam decolagem vertical e, portanto, têm uma mobilidade excelente. O que lhes faltava era somente a autonomia.

Esse táxi aéreo movido a hidrogênio voou mais de 800 km e só emitiu vapor de água. A distância que a empresa conseguiu percorrer com seu VTOL (sigla em inglês para veículos de decolagem e pouso vertical) é quase suficiente, por exemplo, para uma viagem de ida e volta entre São Paulo e Rio de Janeiro, ou São Paulo e Curitiba, ou mesmo uma viagem de ida entre pontos ainda mais distantes. Isso é mais prático pois evita a necessidade de se pegar um Uber até um aeroporto, e toda a correria de aeroporto para acessar uma ponte aérea.

Esse táxi aéreo movido a hidrogênio voou mais de 800 km e só emitiu vapor de água
Esse táxi aéreo movido a hidrogênio voou mais de 800 km e só emitiu vapor de água. Imagem: Joby Aviation.

“Imagine poder voar de São Francisco para San Diego, Boston para Baltimore ou Nashville para Nova Orleans sem a necessidade de ir a um aeroporto e sem emissões, exceto água. Esse mundo está mais perto do que nunca, e o progresso que fizemos para certificar a versão elétrica a bateria de nossas aeronaves nos dá uma grande vantagem à medida que olhamos para o futuro para tornar o voo elétrico a hidrogênio uma realidade”, diz Bevirt.

Em breve, a plataforma deve estar disponível para uso.

“A grande maioria do trabalho de projeto, teste e certificação que concluímos em nossas aeronaves elétricas a bateria é transferida para a comercialização de voos hidrogênio-elétricos. Em serviço, também esperamos poder usar as mesmas plataformas de pouso, a mesma equipe de operações e o software ElevateOS da Joby que apoiará a operação comercial de nossas aeronaves elétricas a bateria”, explica Bevirt.

Embora sejam aplicáveis, hoje, somente a pequenos veículos, essas tecnologias poderiam abrir caminho para grandes veículos. Aviões emitem uma grande quantidade de gases de efeito estufa, então há um grande interesse de se eletrificar esses veículos. Esse táxi aéreo movido a hidrogênio voou mais de 800 km e só emitiu vapor de água, imagine a aplicação disso para aeronaves maiores.

“O hidrogênio limpo tem o potencial de ajudar a descarbonizar nosso sistema de aviação nas próximas décadas”, disse o vice-secretário adjunto principal para Eficiência Energética e Energia Renovável, Jeff Marootian. “A inovação em mobilidade aérea regional oferece uma oportunidade clara de incorporar hidrogênio limpo no futuro do transporte.”

 Dee Dee Myers, conselheiro sênior do governador da Califórnia, Gavin Newsom, e diretor do Gabinete do Governador de Negócios e Desenvolvimento Econômico reitera que o “trabalho pioneiro para descarbonizar a aviação, avançando a tecnologia de baterias e agora de células de combustível de hidrogênio, está ajudando a combater as mudanças climáticas e criar um futuro de energia limpa que melhorará a vida de todos os californianos.”

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