Se vida extraterrestre é comum, podemos encontrá-la em estrelas próximas

É apenas uma questão de tempo até encontrarmos.

Rafael Motta
Imagem: Getty Images

Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, introduziu uma estrutura matemática audaciosa. Seu objetivo é calcular a população de planetas habitáveis a até 100 parsers (326 anos-luz) do nosso Sol.

É importante mencionar que o padrão utilizado pelos pesquisadores para a hipótese de que haja vida noutros planetas está diretamente relacionado com os da Terra e de nosso Sistema Solar. Ainda assim, segundo estimativas, cerca de 11.000 planetas teriam aproximadamente o tamanho do nosso e estariam dentro das chamadas “zonas habitáveis”.

Zonas habitáveis são faixas de órbita em torno de uma estrela, dentro da qual um planeta é capaz de suportar água líquida e de possuir pressão atmosférica suficiente. Em nosso Sistema Solar, a zona habitável está localizada entre Vênus e Marte.

Metodologia do estudo

O estudo está sendo liderado pelo professor Piero Madau, docente de astronomia e astrofísica da Universidade da Califórnia. O cerne de seu estudo é o Princípio Copernicano; seu nome é inspirado em Nicolau Copérnico, homem responsável pela criação do modelo heliocêntrico (a teoria que afirma que o Sol fica estacionário no Universo e que outros corpos celestes o orbitam).

O Princípio Cosmológico, também conhecido como Princípio da Mediocridade, afirma que nem todas as pessoas, nem mesmo a Terra, estão em posições suficientemente privilegiadas para realizar determinadas observações sobre o Universo. De maneira resumida, o que os astrônomos observam por meio de seus equipamentos é apenas uma representação singela do que existe.

Além deste princípio, o tempo também foi considerado nos cálculos da equipe do professor Madau: a formação de planetas, estrelas e o enriquecimento do meio interestelar são apenas alguns dos parâmetros levados em consideração. A distribuição de moléculas orgânicas e a distribuição de água também são incluídos.

Tempo = vida

Em 1960, o lendário astrônomo Frank Drake, para mensurar a probabilidade de vida em outros planetas, criou a chamada Equação de Drake: ela leva em consideração os pontos citados para que possamos supor se há, ou não, vida em determinados planetas.

Acontece que, segundo o professor Madau, o papel central do tempo não é levado em consideração como deveria pela Equação de Drake. O próprio planeta Terra, por exemplo, é considerado muito recente e a vida começou a florescer em seu solo há cerca de 500 milhões de anos atrás.

Foi ao longo deste “curto” espaço de tempo que a fotossíntese surgiu na forma de organismos unicelulares, os quais metabolizam dióxido de carbono e criam oxigênio como resultado de seus esforços. Isso alterou a composição química de nossa atmosfera, o que causou, há 2,4 bilhões de anos, o Grande Evento de Oxidação.

Graças a estas ocorrências passadas, formas de vida complexas começaram a emergir; centenas de milhões de anos depois, cá estão os humanos – seres curiosos sobre a origem de sua própria espécie e do início do Universo.

Os cálculos de Madau consideram a população local de estrelas de longa vida, exoplanetas e TTPs (Planetas Terrestres Temperados). São funções primordialmente vinculadas ao tempo que podem trazer respostas sobre a evolução da vida de um planeta (ou pelo menos a preparação de um planeta para tal).

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