Raro sarcófago romano intacto de 1.800 anos é descoberto na França

Damares Alves
Imagem: Instituto Nacional de Arqueologia Preventiva (INRAP)

Em um notável achado arqueológico, pesquisadores do Instituto Nacional de Arqueologia Preventiva (INRAP) da França descobriram um antigo sarcófago de pedra intacto na vasta necrópole situada na Rue Soussillon, no nordeste da França. A ocorrência rara de encontrar um sarcófago romano intacto representa uma oportunidade inestimável para os cientistas obterem percepções mais profundas sobre o passado romano naquela região.

A necrópole está localizada em Durocortorum, a antiga capital da província da Gália Bélgica, e uma das maiores cidades do Império Romano. Com mais de 600 hectares, a cidade era protegida por uma formidável muralha. Embora o museu e grande parte de suas coleções tenham sido destruídos durante a Primeira Guerra Mundial, uma extensa pesquisa nos últimos 22 anos descobriu cerca de 5.000 tumbas, enriquecendo as exposições do museu.

Os arqueólogos ficaram entusiasmados ao desenterrar uma parte da necrópole intacta na Rue Soussillon, cobrindo uma área de 1.200 metros quadrados. Essa descoberta é particularmente significativa porque, durante muito tempo, acreditou-se que essa parte da cidade era inadequada para assentamento devido à sua natureza pantanosa.

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Imagem: Instituto Nacional de Arqueologia Preventiva (INRAP)

Durante a recente escavação, os cientistas encontraram um sarcófago feito de calcário. A tampa do sarcófago foi fixada com cavilhas de ferro seladas com chumbo. Após um exame mais aprofundado usando raios-x e uma câmera endoscópica, os arqueólogos descobriram um esqueleto bem preservado de uma mulher em seu interior, juntamente com uma variedade de artefatos intrigantes.

“É excepcional, é a primeira vez que encontramos uma tumba intacta e que não foi saqueada. Ela estava selada por oito grampos de ferro e fomos os primeiros a explorá-la”, disse Agnès Balmelle, vice-diretora científica e técnica do INRAP Grand Est. De acordo com a pesquisadora, o esqueleto parecia pertencer a uma mulher com cerca de 40 anos de idade que tinha um status especial na sociedade.

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Imagem: Instituto Nacional de Arqueologia Preventiva (INRAP)

A câmara funerária continha vários objetos que oferecem informações valiosas sobre a vida e as práticas culturais do indivíduo. Perto das pernas e dos ombros da mulher, foram encontradas quatro lâmpadas a óleo, indicando um significado ritualístico. Outras descobertas incluem um pequeno espelho, um anel de âmbar e um pente, encontrados ao lado de seus restos mortais. Dois recipientes de vidro, possivelmente contendo óleos perfumados, também foram encontrados dentro do sarcófago.

Com base na análise dos itens desenterrados, pode-se concluir que o sepultamento ocorreu durante o século II d.C. Além disso, a investigação das amostras de sedimentos dos ossos e do fundo do sarcófago permitirá a identificação de possíveis vestígios de restos de plantas ou produtos relacionados a técnicas de preservação do corpo.

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