Peixinhos surfadores conhecidos como rêmoras são famosos por pegarem caronas com hospedeiros bem maiores que eles. Entretanto, um novo estudo conseguiu captar a primeira filmagem de rêmoras surfando em uma baleia azul.
O comportamento das rêmoras
As rêmoras são referências quando se fala de comensalismo. Para esclarecer isto é uma associação ecológica onde um animal se aproveita de outro para poder comer os seus restos de alimentos. Dessa forma as rêmoras há tempos impressionam os cientistas com a maneira que conseguem transporte, comida e proteção.
Apesar disso os hábitos e comportamentos das rêmoras não foi muito explorado ou descoberto. O que se sabe desses peixinhos é que tem capacidade de grudar em outros grandes animais marinhos, como tubarões e cetáceos, através de ventosas pegajosas que possuem em suas cabeças. Como resultado as rêmoras conseguem se alimentar de parasitas, sobras e pele morta de seus hospedeiros.
Entretanto, um estudo que procurava outro propósito conseguiu captar e observar mais sobre o comportamento desses curiosos peixinhos.
A primeira filmagem de rêmoras surfando
Um estudo investigava os fluidos que as baleias azuis soltavam. O objetivo do estudo era conhecer mais sobre seus hábitos alimentares e sobre a força dos fluidos na movimentação das baleias. Dessa forma, para obter esses dados, câmeras foram instaladas nas costas de baleias azuis.
No entanto os cientistas tiveram como resultados nas filmagens algo que não esperavam. As câmeras captaram inúmeras rêmoras nadando sobre o equipamento enquanto as baleias azuis nadavam em alta velocidade.
Essas filmagens trouxeram muitas perguntas. Alguns dos questionamentos indagaram do porquê as rêmoras preferiam determinados locais das baleias e de como conseguiam ficar sobre os corpos das baleias em alta velocidade sem explodir.
As explicações da filmagem
Uma pesquisadora que trabalha com rêmoras há muitos anos, Dra. Flammang, do Instituto de Tecnologia da Nova Jersey, tentou analisar as filmagens para responder as questões. Consequentemente a doutora e sua equipe montou um modelo digital 3D de uma baleia azul.
Segundo a New Atlas a Dra. Flammang muito se impressionou com as filmagens: “É incrível porque realmente não sabemos quase nada sobre como as rêmoras se comportam em seus hospedeiros na natureza durante um período de tempo prolongado.”
A investigação conseguiu observar 27 rêmoras em 61 locais diferentes. Contudo, observaram o primeiro registro de rêmoras se acoplando em seu hospedeiro. Porém, o mais importante, é que se compreendeu como elas conseguem ficar no corpo das baleias mesmo em altas velocidades.
As rêmoras se localizam preferencialmente em três regiões do hospedeiro: Ao lado ou atrás da barbatana dorsal, atrás do respiradouro ou no flanco acima da barbatana peitoral. Nesses locais a resistência diminui cerca de 84%. Além disso, elas “surfam” em uma fina camada de fluido em volta da baleia, o que também auxilia na diminuição do atrito (até 72%).
Em resumo, além de todas essas descobertas, ainda se descobriu que a força das ventosas das rêmoras é tão forte que pode ser capaz de grudar em qualquer região de seu hospedeiro.
A pesquisa foi publicada no Journal of Experimental Biology .