Historicamente, a passagem de poder entre os imperadores romanos era coberta por mortes e traições. Mas nem sempre foi assim, houve um período de estabilidade política e relativa paz. Esses anos ficaram conhecidos como o período da Pax Romana, foi durante este período que ocorreu o reinado dos “Cinco Bons Imperadores” de Roma.
A Pax Romana ou simplesmente “paz romana” durou pouco mais de 200 anos, de 27 AEC a 180 DEC e é amplamente considerada a Era de Ouro do Império Romano. Isto por que, neste período, Roma passou por um momento de muita prosperidade e alcançou sua maior extensão territorial e sua população atingiu um máximo de até 70 milhões de pessoas. Quando seu reinado combinado terminou ao fim do governo de Marco Aurélio, o império desmoronou para nunca mais se recuperar.
Durante os reinados dos Cinco Bons Imperadores, o Império Romano estava no auge. Embora possa não ter havido paz verdadeira, como sugere o nome “Pax Romana”, esses governantes trouxeram forte governança e estabilidade ao império.
Coincidentemente, ou talvez não, nenhum dos Cinco Bons Imperadores herdou o título de imperador de parentes de sangue. Nerva foi nomeado imperador pelo Senado após o assassinato de Domiciano e posteriormente escolheu a pessoa que ele viu com mais mérito para se tornar o próximo imperador.
Nerva – Imperador Romano de 96 a 98 DEC
Nerva é frequentemente considerado o governante mais fraco dos Cinco Bons Imperadores. Ele era um político de carreira que serviu fielmente sob Nero e os governantes da dinastia Flaviana.
Após o assassinato do último governante flaviano, o imperador Domiciano, o Senado imediatamente nomeou Nerva como novo imperador. Ao esta altura ele já tinha 66 anos e nenhum filho, o Senado provavelmente viu Nerva como uma escolha segura para imperador.
No entanto, Nerva imediatamente declarou o fim da perseguição generalizada e das injustiças do imperador anterior. Isso restaurou algum poder ao Senado e ganhou o favor dos plebeus. Mesmo assim, ele não teve amplo apoio em todo o império e, em particular, entrou em conflito com os militares. Os militares preferiam um líder militar como imperador e assim obrigaram Nerva a escolher um sucessor que os agradasse.
Nerva acabaria adotando um general ambicioso e popular chamado Trajano e o nomearia herdeiro do título de imperador.
Após apenas quinze meses de governo, Nerva morreria de causas naturais.
Embora não se saiba muito sobre a vida e o reinado de Nerva, seu sucesso em garantir uma transição pacífica de poder foi crucial para o Império Romano.
Trajano – Imperador Romano de 98 a 117 DEC
Trajano, o segundo dos cinco bons imperadores ficou conhecido como o imperador-soldado, ele liderou a maior expansão militar na história de Roma. Ele era um líder forte e ambicioso com formação militar e também um político astuto. Ele era amado pelos militares, políticos e plebeu conquistou as grandes regiões da Armênia e da Mesopotâmia.
Trajano governou por 19 anos e ficou conhecido por construir vários prédios públicos: pontes, banhos, fóruns, etc. Ele também ganhou grande apoio popular, pois implantou políticas que favoreceram as classes mais pobres, uma dela era um programa de bem-estar social chamado ailmenta, que ajudava órfãos e crianças pobres em todo o império.
O imperador-soldado morreu em 117 DEC e foi sucedido pelo seu filho adotivo, Adriano.
Adriano – Imperador de 117 até 138 DEC
Trajano adotou adriano e o escolheu como sucessor em seu leito de morte. O Senado Romano concordou com a escolha de Trajano e nomeou Adriano como o próximo imperador.
As políticas de Adriano aparentemente eram contrárias às de seu predecessor. Em vez de uma postura expansionista e agressiva, Adriano preferiu reforçar as fronteiras de Roma e aumentar sua postura e capacidades defensivas.
Ele desistiu voluntariamente dos recentes ganhos territoriais de Trajano no leste devido à sua indefensibilidade. Em outros lugares, ele solidificou as fronteiras, construindo talvez seu legado mais conhecido e duradouro: a Muralha de Adriano estendendo-se de leste a oeste pela Grã-Bretanha.
Adriano também estava muito interessado nas províncias romanas, visitando quase todas elas. Seu amor pela Grécia em particular era muito conhecido e ele esperava fazer de Atenas o centro cultural do império.
No final de seu reinado, Adriano adotou Antonino Pio e o nomeou seu sucessor. Isso foi apenas com a condição de que Antonino adotasse Lúcio Vero e Marco Aurélio e posteriormente os nomeasse seus herdeiros.
Antonino Pio – Imperador de 138 até 161 DEC
O governo de Antonino foi altamente pacífico e sem grandes revoltas militares. Entre os Cinco Bons Imperadores de Roma, o reinado de Antonino Pio foi o mais longo. Ele também ficou conhecido por ter governado sem nunca sair da Itália!
De certa forma, Antonino Pio seguiu os passos de seu predecessor Adriano. Ele preferiu fortalecer as províncias existentes dentro do império em vez de conquistar e subjugar novos territórios. Além disso, ele manteve o status quo nas províncias e deixou muitas das políticas de Adriano inalteradas.
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Como outros imperadores da Pax Romana, Antonino Pio se concentrou em projetos de obras públicas em todo o império, com foco específico em aquedutos, pontes e estradas. O governo de Antonino também é notável porque deixou seu sucessor com um superávit no tesouro, um feito raro.
Marco Aurélio – Imperador de 161 até 180 DEC
Marco Aurélio Antonino, ficou conhecido como o último dos cinco bons imperadores. Após a morte de Antonino Pio, Marco Aurélio ascendeu ao título de imperador. Embora o Senado pretendesse confirmá-lo como o único imperador, Marco, insistiu em seguir o plano de sucessão de Adriano e não aceitaria o governo a menos que o compartilhasse com seu irmão adotivo, Lúcio Vera.
Os irmãos governaram Roma juntos até a morte de Lúcio no ano de 169 DEC. Posteriormente, Marco governou sozinho até sua própria morte em 180 DEC.
Marco Aurélio era conhecido por suas tendências filosóficas e foi um estoico praticante ao longo de sua vida. Sua coleção de escritos pessoais chamada Meditações mostrou a grande sabedoria do imperador e fornece aos historiadores modernos uma visão dos antigos estoicos.
A morte de Marco Aurélio marca o fim da Pax Romana. Diferente dos outros quatro imperadores à quem sucedeu, Marco Aurélio nomeou seu filho, Commodus, para ser seu herdeiro. A partir daí, a instabilidade política do Império Romano só aumentou.
