Pássaros não se deixam enganar facilmente por truques de mágica

Damares Alves
Lake Ohrid, Macedonia

Truques de magica podem iludir e impressionar a muitos, mas um novo estudo mostrou que os pássaros não se deixam enganar tão facilmente. Os cientistas mostraram truques de mágica para um bando de pássaros. O objetivo era estudar as diferenças de percepção entre animais e humanos.

O novo estudo revelou como os gaios-da-china não são tão suscetíveis a prestidigitação quanto nós.

O estudo

Uma série de testes envolvendo pássaros e pessoas mostrou que os gaios eram menos facilmente enganados do que as pessoas por técnicas de prestidigitação que envolviam movimento esperado em vez de movimento real – um sinal de que eles não antecipam ações como agarrar da mesma forma que nós fazemos.

A equipe de pesquisa utilizou seis gaios eurasiáticos (Garrulus glandarius) e 80 pessoas. Tanto os pássaros como os voluntários viram truques onde um verme – um adorável pedaço de comida para um gaio – era ou não passado entre duas mãos.

Os pássaros e participantes humanos foram então instruídos a indicar onde achavam que o verme tinha ido parar. Os gaios foram treinados para bicar o punho que segurava a comida.

Três técnicas foram demonstradas: o palm transfer e o French drop, que usam gestos e movimentos falsos para fazer você pensar que algo se moveu quando não, e o fast pass, que usa movimentos realmente rápidos como seu principal engano.

Pássaros não se deixam enganar
(Garcia-Pelegrin et al., PNAS, 2021)

As pessoas envolvidas no estudo foram em grande parte enganadas pelos três métodos de prestidigitação, mas os pássaros só foram enganados pelo passe rápido.

Pássaros não se deixam enganar por técnicas de ilusionismo

Pássaros não se deixam enganar facilmente
Um gaio eurasiano faz uma escolha após uma ilusão. (Elias Garcia-Pelegrin)

Uma série de condições de teste em que o movimento de passagem foi feito lentamente sugeriu que, a menos que os pássaros realmente vissem o verme mover-se fisicamente de uma mão para a outra, eles presumiam que não havia sido transferido.

Estas descobertas mostram como os pontos cegos na percepção podem variar entre as espécies, além de oferecer mais informações sobre como esses tipos de processos cognitivos podem ter evoluído em diferentes animais.

O estudo foi publicado no periódico PNAS.

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