Um fuselo (Limosa lapponica), também conhecida como chalreta, quebrou um recorde mundial ao voar por mais de 12 mil quilômetros, sem fazer nenhuma escala. Para que isso pudesse ser possível, a ave fez o percurso saindo do Alasca em direção a Nova Zelândia. Até o presente momento, esse é o voo mais longo já registrado pelos especialistas feito por uma ave, sem a necessidade de pausas ao longo do trajeto.
Processo de migração entre dois continentes
Conhecidas por serem grandes e extremamente barulhentos, essa espécie de ave faz essa migração constantemente, por ser uma rota necessária para sua sobrevivência. No entanto, dentre todo o conjunto de indivíduos que estavam fazendo esse trajeto, um deles se destacou.
E foi com a ajuda dos ventos provenientes do leste que a ave bateu o recorde mundial ao voar quilômetros sem parar, até chegar ao final de sua jornada. Mesmo esse percurso sendo quase uma rotina, essa é a primeira vez que uma ave dessa espécie consegue voar por tanto tempo, sem ficar cansada o suficiente para descansar.
Para que fossem monitorados durante todos os momentos, os pesquisadores colocaram etiquetas de identificação coloridas na perna do animal. O indivíduo que bateu tal recorde estava identificado como “4BBRW”, e a sua coloração possuía a seguinte ordem: azul, azul, vermelho e branco. Essas etiquetas serviam para acompanhar o momento de migração em tempo real via satélite.
De acordo com o relato publicado pelo The Guardian, as aves saíram do sudoeste do Alasca no dia 16 de setembro em direção a Nova Zelândia. Antes do grande dia, elas passaram alguns meses se alimentando nas planícies do Alasca, para que pudessem sobreviver a tanto tempo sem comida. Um fato interessante acerca dessa espécie é que elas conseguem encolher seus órgãos após se alimentarem, para não viajar com muito peso.
Recorde mundial de voo é quebrado por um fuselo
Logo após saírem do Alasca, o recordista e seus companheiros de voo pousaram em uma baía próximo a Auckland, situada na Nova Zelândia, 11 dias após a sua partida. De acordo com o sinal recebido via satélite, o fuselo conseguiu percorrer incríveis 12.854 quilômetros.
Entretanto, devido aos erros que podem ocorrer no momento do arredondamento, estima-se que a distância final tenha sido 12.200 km. Conforme foi observado pelos pesquisadores a ave registrou uma velocidade média de 89 km / h variando conforme as mudanças climáticas o atingiam.
Segundo os dados fornecidos pela National Geographic, o último recorde registrado de um voo mais longo e sem escala foi realizado por uma fêmea da mesma espécie, a fuselo. Essa fêmea voo 11.500 km durante o processo de migração, no ano de 2007. O ato de voar por um longo período é um fato incrível, mas principalmente cultural para os habitantes da Nova Zelândia.
De acordo com a National Audubon Society, essa ave é simbólica e representa que coisas boas estão por vir. Para os cientistas, é esperado que o 4BBRW e as outras companheiras retornem para o Alasca em março. No entanto, esses indivíduos irão fazer uma parada na China, próximo ao Mar Amarelo, para que possam se alimentar. O monitoramento da ave continuará até o seu retorno.