O radiotelescópio de Arecibo, em Porto Rico, é bastante famoso pelos avanços que ele proporcionou. Por muito tempo foi o maior telescópio do mundo. Apesar de ter perdido o título não perdeu sua importância e continua sendo ainda bastante grande, com uma antena de 305 metros de diâmetro.
Atualmente, o maior radiotelescópio de prato único do mundo é o FAST, da China, que foi finalizado em 2016. O FAST possui 500 metros de diâmetro. É muita coisa. Imagine um radiotelescópio de meio quilômetro.
Radiotelescópios geralmente são pequenos, mas em várias antenas. Isso faz com que, virtualmente, eles tenham um tamanho grande, mas não com todo o trabalho de logística que um telescópio muito grande causa.
O observatório foi construído em 1963 em Porto Rico, uma ilha pertencente aos Estados Unidos, dentro da cratera de um vulcão extinto. É uma área de tão difícil acesso justamente para ser o mais isolado do mundo externo possível
Embora seja bastante antigo, o Arecibo exerce até hoje uma importante função, sendo um dos principais radiotelescópios empregados pelo projeto SETI (Search for Extraterrestrial Intelligence), que busca por vida inteligente extraterrestre.
Até os dias de hoje ele permanece sendo um dos mais poderosos radiotelescópios do mundo, já que é constantemente atualizados com as mais altas tecnologias da radioastronomia, para continuar a ser operado.
Após tanto tempo de um brava operação pelo querido telescópio, ele também foi alvo dos infortúnios do azarado ano de 2020. Esta semana, o observatório foi atingido por danos nunca antes presenciados por ele.
O que aconteceu?
Acidentes acontecem, e isso é perfeitamente comum. Esse, entretanto, foi um pouco mais grave, e causará um transtorno maior, embora possivelmente se recuperará rapidamente.
Basicamente, parte de sua estrutura é formada por cabos de aço. Um dos cabos arrebentou violentamente e atingiu o prato, abrindo um buraco bastante grande – 30 metros de comprimento, além de algumas outras peças danificadas. É um problema considerável.
“Não vimos nada parecido em Arecibo antes”, conta ao The Atlantic Zenaida Gonzalez Kotala, a porta-voz de uma das universidades envolvidas no Arecibo, a Universidade da Flórida Central, uma das maiores universidades públicas dos Estados Unidos. Não sabe-se ainda, entretanto, o que causou a quebra dos cabos.
“É frustrante, mas sempre vejo isso como, tudo bem, pararemos por um momento, mas estaremos de volta em breve. Não é como se eu achasse que [o telescópio] está condenado”, conta Abel Méndez ao The Atlantic.
Méndez é um astrobiólogo que realiza suas pesquisas no Laboratório de Habitabilidade Planetária de Arecibo. Ele havia presenciado outro acidente, que o frustra mais ainda.
Há três anos, um furacão que passou por ali danificou-o um pouco. O processo de deixá-lo totalmente alinhado é trabalhoso e, embora já estivesse sendo usado, os engenheiros ainda não haviam terminado de calibrá-lo. Agora, terão que iniciar o trabalho novamente.
As investigações para entender o que ocorreu ali já iniciaram na última sexta-feira (14), conforme relata o Space.com. Foram, no total, 250 painéis danificados segundo Francisco Cordova, o diretor do observatório.
“O observatório teve muitas oportunidades ao longo dos anos e este é apenas mais um obstáculo no caminho”, disse Cordova ao Space.com. “Somos um grupo bastante resiliente”.
Com informações de The Atlantic e Space.com.
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